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Domingo - 10 de Março de 2013 às 14:27

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“Bem Vindo ao inferno”. Foi com essa declaração da jovem K.L., de 22 anos, que visita o marido acusado de tráfico, recebeu a equipe de reportagem do DIÁRIO. Ao ser questionada sobre as condições impostas para as visitas, ela diz: “não vou nem falar de revista abusiva, o resto é o pior. Se você traz jumbo (comida) demais tem que jogar fora. Eles mudam a lista do que pode e do que não pode entrar, do dia para noite. É tudo sujo, a água que tomamos ali dentro é salobra. São horas e mais horas de fila. E o banheiro? Impossível de usar, então tem que pagar um real para usar o banheiro de dentro, um verdadeiro inferno”. 

Na entrada do complexo feminino não há nem um tipo de cobertura ou estrutura para abrigar os visitantes do sol ou da chuva. “Agora que estão construindo algo. Hoje está até bom, é apenas uma garoa fina. Mas e quando é chuva forte?! Nem aqui (feminino), nem lá (masculino), tem como escapar, lá a água vai até a canela”, assegurou a visitante B.S., de 19 anos. 

Entre as principais reclamações dos visitantes está à carteirinha de identificação, necessária para entrar nas penitenciárias, que em tese teria um prazo de três meses para ser renovada ou atualizada. Na casa feminina, cada presa tem o direito de cadastrar cinco visitantes. No complexo masculino o número é de quatro pessoas por detento, apenas amigos e familiares próximos são permitidos. 

“Nós viemos visitar uma amiga e trazer um saco de comida, mas não podemos porque não estamos na lista, aí temos que vir aqui e pedir para alguém que vai entrar no raio que ela está levar para a gente. Mas, quem vai confiar? Vai que tem droga ou coisa assim!”, afirmou a jovem B.S. 

Para o agente prisional que organizava a fila do complexo feminino, a reclamação é infundada. “Antigamente acontecia uma venda de vagas aqui, quem não recebia visita cobrava para cadastrar outras pessoas na sua lista. Por isso ficou mais rígido. Agora fazemos investigação para descobrir se as pessoas são realmente próximas”, afirmou. 

OUTRO LADO – Segundo o Superintendente de Gestão Penitenciária do Estado de Mato Grosso, Gilberto Carvalho, a construção da cobertura e banheiros do complexo feminino, Ana Maria do Couto, estão em andamento. No caso da ampliação da cobertura do PCE, o projeto está em analise. “Se tiver qualquer cobrança ocorrendo para utilização dos banheiros internos é ilegal e nós vamos averiguar.” 

Carvalho afirmou que as reclamações sobre as carteirinhas e a as listas de alimentos são recorrentes e que medidas estão sendo tomadas para resolver o problema. “Estamos estabelecendo a ‘FILAPEN’ que vai automatizar o cadastro das carteirinhas, atualmente ele feito de forma manual. Estamos criando o Procedimento Operacional Padrão (POP), que vai padronizar as regras das penitenciárias de Mato Grosso, isso também vai valer para as listas de alimentos permitidos. (GN) 




Fonte: Do DC

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