RJ: separação teria motivado morte de pai e filho

A fúria de um marido abandonado pela mulher pode ter sido a causa de mais uma tragédia no Rio de Janeiro. Na noite de sábado, o agente penitenciário Alex Antônio de Oliveira, 36 anos, foi encontrado morto ao lado do filho Allexs Andersen Uber Oliveira, 2, dentro do apartamento em que moravam no Edifício Solaris, antigo Rajah, na praia de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. A primeira linha de investigação da polícia é de que os dois teriam morrido envenenados após tomarem chumbinho (veneno para ratos).

Ontem, durante mais de duas horas, a ex-mulher de Alex e mãe de Allexs, Karin Monalisa Uber, 27 anos, prestou depoimento na 10ª DP (Botafogo). Ela relatou que era constantemente espancada há três anos e que, como resolveu fugir, acha que o ex-marido matou o filho com o veneno e depois cometeu suicídio "como única forma de atingi-la".

Espera pelos laudos Mas, para chegar a uma conclusão, a polícia espera obter os resultados do exame cadavérico, do Instituto Médico-Legal (IML), que dirá a causa das mortes, e da perícia técnica feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Dentro do apartamento, foram recolhidos, além de um frasco com chumbinho em cima de uma mesa, um pedaço de pizza, um quibe, uma sopa, um copo de vidro e uma colher.

"A investigação ainda está no início. Para darmos o segundo passo, temos de esperar o laudo para saber se, de fato, eles morreram envenenados pelo chumbinho. Depois vamos descobrir o motivo", afirma o delegado da 10ª DP, Rodrigo Santoro.

Um ofício também será enviado à Secretaria de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, órgão que administra a Febem, onde Alex trabalhou. A polícia quer entender o motivo pelo qual ele estava afastado.

Alex ingressou como agente de apoio técnico da Febem em 11 de março de 2002, na unidade de São Vicente. Lá, ficou até 31 de maio de 2004, quando ganhou o recurso do auxílio-doença e passou a receber seu salário pelo INSS.