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Internacional
Segunda - 13 de Novembro de 2006 às 23:08

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A Organização das Nações Unidas (ONU) acusarou hoje o Exército do Sri Lanka de ajudar um grupo armado a recrutar crianças como combatentes contra os rebeldes separatistas Tigres Tâmeis. As Nações Unidas afirmaram em declaração que "foram encontradas fortes e críveis evidências de que certos elementos das forças de segurança do governo estão apoiando e às vezes participando dos seqüestros e recrutamento forçado de crianças pela facção Karuna" - um grupo que se separou dos Tigres Tâmeis em 2004, e cujo nome é uma homenagem ao seu líder. A ONU afirma que o grupo seqüestrou 135 crianças desde maio no distrito de Batticaloa, com "a evidência de que essa tendência (de seqüestrar crianças) está se acelerando".

"Com base na evidência como um todo, a missão concluiu que algumas forças do governo estão participando ativamente nesses atos criminosos." Na mesma declaração, a ONU também afirmou que os rebeldes dos Tigres Tâmeis não apenas renegaram a sua promessa de liberar todas as crianças combatentes já identificadas pela Unicef, mas continuam a recrutar combatentes menores de idade.

Os comentários surgem após uma missão de observação de dez dias de Allan Rock, assessor do Representante Especial para Crianças e Conflito Armado no Sri Lanka. Os militares negaram as alegações em declaração, e consideraram como "completamente desvirtuadas". Disseram ainda que os comentários "merecem um profundo senso de repulsa em razão da seriedade" das acusações.

Apesar de grupos de direitos da criança e da ONU há muito acusarem os Tigres de Libertação do Tâmil Eelam de recrutar crianças durante a sua campanha separatista de mais de 20 anos, esta é a primeira vez que tal alegação é feita contra o governo por um representante de alto escalão. Os Tigres Tâmeis lutam contra o governo desde 1983 por um país soberano para a minoria étnica tâmil, alegando décadas de discriminação pelo Estado dominado pela maioria cingalesa. Mais de 65 mil pessoas morreram até um cessar-fogo de 2002. Mas novos confrontos já causaram a morte de mais de duas mil pessoas este ano, apesar dos dois lados afirmaram que honram a trégua.





Fonte: AP

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