Escândalo Dossiê: piloto ficará lotado na Assembléia
Tito Lívio foi cedido “com ônus para a origem” – isto é, continuará recebendo salário da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de MS). Entre vencimento base e adicionais variados, o salário ultrapassa R$ 4 mil. A Assembléia não dispõe de aviões em seu patrimônio.
Ele seria o piloto que transportaria o empresário Valdebran Padilha, um dos presos com R$ 1,7 milhão no dia 15 de outubro, de São Paulo a Cuiabá (MT). O vôo, que faria o transporte do dinheiro a ser entregue à família Vedoin (acusada de chefiar a máfia das ambulâncias superfaturadas) na capital de MT, não foi realizado por causa da prisão de Valdebran e Gedimar Passos.
Tito Lívio ocupa o cargo de piloto-aviador do governo do Estado. Há apenas dois ocupantes deste cargo em todo o governo. Lotado na Agesul, o piloto não voa há anos para o governo do Estado, que não dispõe mais de aviões próprios para o transporte de autoridades.
Quando exercia a função, ele comandou aeronaves que transportaram governadores – entre eles, Wilson Barbosa Martins (PMDB) e Pedro Pedrossian. As aeronaves estaduais foram vendidas durante a última gestão Wilson Barbosa Martins (1995-98). O governo terceirizou o serviço. Os aviões ainda pertencentes ao governo são os utilizados nas operações policiais e, por conta de um decreto, só podem ser pilotados por integrantes dos órgãos de segurança.
Embora não tenha avião para pilotar pelo Estado, o piloto continua funcionário estadual, mas trabalha na iniciativa privada. Ele é ligado à MS Táxi Aéreo, contatada por Valdebran para o vôo de setembro. A empresa também prestou serviços a candidatos tucanos durante a última campanha. De acordo com a Justiça Eleitoral, MS Táxi Aéreo recebeu R$ 4.230 para voar para o deputado federal eleito e presidente do PSDB/MS, Waldir Neves.
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