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Segunda - 13 de Novembro de 2006 às 13:44
Por: José Ribamar Trindade

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A impunidade revolta. Pelos cálculos de um empresário honesto, mas revoltado com as entradas e saídas de bandidos da cadeia, principalmente dos envolvidos em crimes do “colarinho branco”, mais de dois mil homens e mulheres presas em operações da Polícia Federal estão em liberdade. Algumas pessoas “presas” não passaram mais de uma semana atrás das grades. O pior, segundo o empresário, fica no ar a sensação de que o crime compensa. Além da liberdade, os bandidos não devolvem o dinheiro que roubaram na “mão grande”.

O empresário que pediu para ser identificado apenas pelo nome fictício de Geraldo, destaca que um dos mais badalados casos de corrupção e impunidade. Roubalheira que fez desabar até uma poderosa instituição financeira como a Sudam, foram as prisões do empresário milionário Osmar Borges e do até então “intocável” Jader Barbalho, ex-governador e ex-governador deputado federal do Pará, e na época senador do mesmo Estado, preso e algemado por policiais federais Cenas acompanhadas por quase toda a população brasileira.

Jader renunciou para não perder os direitos políticos. Candidatou-se na eleição seguinte pelo Estado do Pará, foi eleito e está ai novamente, como se nada tivesse acontecido. A mesma coisa aconteceu com o empresário Osmar Borges, apontado pela Polícia como sócia de Barbalho e como um dos maiores sonegadores da história do Brasil. O ex-homem pobre, que começou a vida vendendo roupa, foi preso, mas está em liberdade. Livre e ainda mais rico que antes porque não devolveu nada do que a Polícia Federal e a Justiça Federal disseram que ele se apossou indevidamente dos cofres públicos.

O empresário honesto, que paga seus impostos religiosamente, lembra que Osmar Borges foi acusado de desfalcar os cofres do governo com mais em mais de R$ 200 milhões. Além de não devolver nada, segundo Geraldo, Osmar Borges não teve seu patrimônio sequer arranhado, e ainda ficou em liberdade. “Não é só eu não. Todos os empresários que pagam seus impostos em dia estão revoltados com a impunidade”, desabafa.

Liberdade que Osmar Borges faz questão de destacar com muito luxo, com a ostentação de carros importados e até um helicóptero. O mais impressionante: Osmar Borges pode ser o único empresário de Mato Grosso a se dar ao luxo de usar um helicóptero para ir e voltar ao trabalho entre Cuiabá e a mansão dele, em Chapada dos Guimarães (Baixada Cuiabana, a 65 km de Cuiabá).

“Seo” Geraldo, o empresário honesto, fica indignado quando lembra das prisões realizadas pela Polícia Federal nos últimos anos. Ele não gosta de falar muito no assunto, pois começa a ficar nervoso quando lembra que ninguém fica preso. O empresário clama por justiça. Não esconde que gastaria de ver os bandidos do “colarinho branco” na cadeia e o que pior, que todos tivessem seus bens penhorados e o dinheiro que roubaram devolvidos. Dinheiro, segundo “seo” Geraldo, que poderia ser usado em construção e manutenção de creches em todo o país.

“Os caras usaram isso - as estatísticas das operações e das prisões realizadas pela Polícia Federal nos quatro anos do governo Lula -, na campanha política de um presidente da república. Isso é um absurdo. As prisões foram realizadas, sim, mas não tem ninguém preso. Esse é o nosso país. A jovem que furtou um potinho de manteiga em São Paulo ficou seis meses presas e só foi solta porque a imprensa interferiu e passou a falar, caso contrário ela ainda estaria lá, atrás das grades”, desabafa “seo” Geraldo.

Coincidência ou não, o Jornal O Globo publicou na e ontem, uma reportagem, justamente sobre a impunidade. Segundo o jornal, mais de 95% das pessoas presas pela Polícia Federal nas operações dos últimos estão em liberdade. Vele a pena lembrar, também, que as mais de 100 pessoas presas na “Operação Curupira” estão em liberdade.





Fonte: 24HorasNews

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