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Supermercado dá até 100 dias para comprar alimentos
São Paulo - Mais da metade da venda do supermercado já é a prazo. Depois dos eletrodomésticos, eletrônicos, carros e materiais de construção, agora é a vez de comprar alimentos com pagamento a perder de vista e com cartão do próprio varejista. Há supermercados que oferecem até 70 dias para quitar numa única vez a fatura. Outros parcelam em três vezes e o prazo total pula para 100 dias. Isso significa que o brasileiro pode levar para casa comida hoje e pagar só no ano que vem.
Essa guerra de prazos longos de pagamentos no varejo de alimentos inclui de pequenas a grandes redes. A rede Bistek, de Santa Catarina, por exemplo, com nove lojas e faturamento anual de R$ 200 milhões, lançou um cartão de crédito com o maior prazo do mercado para pagamento único, segundo o diretor da rede, Walter Ghisland. São 70 dias para saldar a conta a partir da data da compra, sem valor mínimo de desembolso.
O cartão leva o nome da rede, a bandeira Visa e a chancela do Banco do Brasil. Até agora, o maior prazo do mercado era de 68 dias, oferecido também por outra rede catarinense, a Angeloni, por meio do seu cartão em parceria com o banco IBI.
“Nossa intenção é fugir do cheque pré-datado”, diz Ghisland. Ele destaca que a perda com a inadimplência do pré-datado é elevada, oscila entre 3% e 3,5% dos créditos a receber.
Ghisland acredita que a aceitação do cartão com prazos longos é uma forma de ter a venda garantida num cenário de margens apertadas. O gerente-executivo de Parcerias com Varejistas do Banco do Brasil, Eduardo de Oliveira Martins, diz que o risco de inadimplência é do banco. E a loja não paga taxa de administração, como ocorreria num cartão de crédito comum.
Em contrapartida, o varejista banca o custo financeiro da operação, compensado em parte pelo aumento de vendas e por porcentual dado à rede sobre operações feitas com cartão de crédito em outras lojas. “A expectativa é ampliar as vendas entre 5% e 7% em seis meses”, calcula Ghisland.
Os gigantes Wal-Mart e Carrefour também apostam no parcelamento do pagamento por meio de seus cartões. Desde a semana passada, pela primeira vez o Carrefour vende comida, artigos de perfumaria e limpeza em três vezes sem acréscimo no cartão. Para parcelar, é preciso comprar no mínimo R$ 30.
“Dependendo da data da compra e do aniversário do cartão, o prazo total é de 100 dias”, observa o diretor do cartão Carrefour, Celso Amâncio. A rede pretende ampliar as vendas entre 15% e 20% até o fim do ano. Amâncio acredita que, com a possibilidade de parcelar a compra de alimentos, o cliente cadastrado terá uma folga para adquirir outros produtos.
Desde outubro, o Wal-Mart parcela as compras em duas vezes no cartão próprio, o Hipercard, bancado com recursos da Unibanco. “Não é a primeira vez que fazemos isso. O parcelamento aumenta a venda”, diz o diretor de Crédito, Givaldo Marinho. Normalmente é possível pagar em 40 dias sem acréscimo no cartão próprio.
Mas há consumidores que desconfiam dessa facilidade. A aposentada Maria Ribeiro, de 60 anos, acredita que há acréscimo nos preços por conta do prazo para pagamento.
O diretor do Wal-Mart destaca que o custo do financiamento corre por conta do supermercado. A despesa é compensada pelo acréscimo no volume de vendas. No caso dos alimentos, o risco é que a dívida cresça rapidamente, já que comida é gênero de primeira necessidade.
No entanto, Marinho diz que o círculo virtuoso do crédito para a compra de alimentos está ocorrendo de forma responsável, ao contrário de dez anos atrás, quando houve uma folia do cheque pré-datado com o fim da hiperinflação.
Houve uma onda de inadimplência que respingou no varejo, porque os recursos dos financiamentos eram das redes. Como não estavam acostumadas a fazer papel de bancos, isso freou o ímpeto de vender comida a prazo. Agora, boa parte do financiamento do varejo de alimentos é sustentado pelos cartões dos supermercados em parceria com instituições financeiras, o que torna nulo o risco de inadimplência para as lojas.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a venda a prazo respondeu por 50,6% do faturamento do setor em 2005. A fatia dos cartões de crédito e das próprias lojas foi de 36,7 pontos porcentuais. “A venda a prazo deve estar em 52% do faturamento”, diz o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira. Nessa conta, estão incluídos cartões de crédito e próprios, tíquete alimentação e cheque pré-datado. O aumento das vendas financiadas será por meio do cartão próprio, prevê. (Márcia De Chiara)
O cartão leva o nome da rede, a bandeira Visa e a chancela do Banco do Brasil. Até agora, o maior prazo do mercado era de 68 dias, oferecido também por outra rede catarinense, a Angeloni, por meio do seu cartão em parceria com o banco IBI.
“Nossa intenção é fugir do cheque pré-datado”, diz Ghisland. Ele destaca que a perda com a inadimplência do pré-datado é elevada, oscila entre 3% e 3,5% dos créditos a receber.
Ghisland acredita que a aceitação do cartão com prazos longos é uma forma de ter a venda garantida num cenário de margens apertadas. O gerente-executivo de Parcerias com Varejistas do Banco do Brasil, Eduardo de Oliveira Martins, diz que o risco de inadimplência é do banco. E a loja não paga taxa de administração, como ocorreria num cartão de crédito comum.
Em contrapartida, o varejista banca o custo financeiro da operação, compensado em parte pelo aumento de vendas e por porcentual dado à rede sobre operações feitas com cartão de crédito em outras lojas. “A expectativa é ampliar as vendas entre 5% e 7% em seis meses”, calcula Ghisland.
Os gigantes Wal-Mart e Carrefour também apostam no parcelamento do pagamento por meio de seus cartões. Desde a semana passada, pela primeira vez o Carrefour vende comida, artigos de perfumaria e limpeza em três vezes sem acréscimo no cartão. Para parcelar, é preciso comprar no mínimo R$ 30.
“Dependendo da data da compra e do aniversário do cartão, o prazo total é de 100 dias”, observa o diretor do cartão Carrefour, Celso Amâncio. A rede pretende ampliar as vendas entre 15% e 20% até o fim do ano. Amâncio acredita que, com a possibilidade de parcelar a compra de alimentos, o cliente cadastrado terá uma folga para adquirir outros produtos.
Desde outubro, o Wal-Mart parcela as compras em duas vezes no cartão próprio, o Hipercard, bancado com recursos da Unibanco. “Não é a primeira vez que fazemos isso. O parcelamento aumenta a venda”, diz o diretor de Crédito, Givaldo Marinho. Normalmente é possível pagar em 40 dias sem acréscimo no cartão próprio.
Mas há consumidores que desconfiam dessa facilidade. A aposentada Maria Ribeiro, de 60 anos, acredita que há acréscimo nos preços por conta do prazo para pagamento.
O diretor do Wal-Mart destaca que o custo do financiamento corre por conta do supermercado. A despesa é compensada pelo acréscimo no volume de vendas. No caso dos alimentos, o risco é que a dívida cresça rapidamente, já que comida é gênero de primeira necessidade.
No entanto, Marinho diz que o círculo virtuoso do crédito para a compra de alimentos está ocorrendo de forma responsável, ao contrário de dez anos atrás, quando houve uma folia do cheque pré-datado com o fim da hiperinflação.
Houve uma onda de inadimplência que respingou no varejo, porque os recursos dos financiamentos eram das redes. Como não estavam acostumadas a fazer papel de bancos, isso freou o ímpeto de vender comida a prazo. Agora, boa parte do financiamento do varejo de alimentos é sustentado pelos cartões dos supermercados em parceria com instituições financeiras, o que torna nulo o risco de inadimplência para as lojas.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a venda a prazo respondeu por 50,6% do faturamento do setor em 2005. A fatia dos cartões de crédito e das próprias lojas foi de 36,7 pontos porcentuais. “A venda a prazo deve estar em 52% do faturamento”, diz o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira. Nessa conta, estão incluídos cartões de crédito e próprios, tíquete alimentação e cheque pré-datado. O aumento das vendas financiadas será por meio do cartão próprio, prevê. (Márcia De Chiara)
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/261016/visualizar/
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