Infraero diz que atrasos se devem à falta de gente

O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou ontem que os atrasos registrados nos aeroportos do País foram causados por "problemas de recursos humanos" que têm levado o sistema de controle aéreo do País a uma grande "vulnerabilidade". Ontem, os representantes dos controladores negaram uma retomada da operação-padrão que praticamente paralisou os aeroportos brasileiros no último feriadão. Hoje, integrantes do setor aéreo fazem reunião, sob comando da Aeronáutica, para avaliar o problema.

"Falta gente, mesmo. Ninguém fala que falta radar ou antena. O que falta é gente", afirmou o oficial ao jornal O Estado de S.Paulo. Ontem, o brigadeiro ressaltou que, atualmente, se por algum motivo um controlador de tráfego aéreo falta ao trabalho, outro terá de acumular mais que os 14 vôos simultâneos estabelecido como limite individual. Em alguns casos, afirmou o militar, operadores têm de ser convocados durante o período de descanso.

Segundo disse ontem o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, os atrasos de domingo podem ter sido motivados pelo fato de dois controladores de Brasília terem faltado ao trabalho devido a problemas pessoais.

O governo federal anunciou, há poucos dias, o remanejo de 15 controladores para Brasília e a recontratação de 60 c0ntroladores que haviam passado à reserva.

Atrasos em 50% dos vôos Ontem, praticamente a metade dos vôos de todo o País apresentou atrasos, sobretudo nos aeroportos de São Paulo, Brasília e Salvador. No aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, os atrasos chegaram a até 10 horas. A média dos atrasos, segundo a Infraero, foi de uma hora.