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Internacional
Domingo - 12 de Novembro de 2006 às 22:53

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Líderes democratas pediram hoje que os EUA comecem a retirar suas tropas do Iraque a partir de "entre quatro e seis meses", mas a Casa Branca se negou a dar uma data para a retirada.

Para os democratas, que ganharam as eleições legislativas de terça-feira, "a primeira tarefa é mudar a direção da política no Iraque", disse o senador democrata Carl Levin, em entrevista ao canal de televisão "ABC".

Em junho, Levin apresentou ao Senado uma resolução que pedia a retirada, mas conseguiu apenas 40 dos 100 votos da câmara.

No entanto, a derrota dos republicanos nas eleições e a deterioração da situação no Iraque mudaram o clima em Washington.

"A política de continuar o rumo (no Iraque) não é viável, considerando os resultados das eleições e a composição do Congresso", disse Levin, acrescentando que enviará outra resolução para a retirada das tropas ao Senado.

A resolução não é vinculativa, por isso, não obriga o presidente a cumpri-la. Mas, se for aprovada pelo Senado, será uma medida de pressão para que o presidente dos EUA, George W. Bush, atenda ao desejo dos democratas de reduzir gradualmente o atual contingente de 145 mil soldados no país.

No mesmo programa de televisão, o senador Joseph Biden, possível pré-candidato democrata às eleições presidenciais de 2008, expressou seu apoio à proposta de Levin.

Os dois mantiveram uma postura crítica sobre a política no Iraque do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, mas até agora seus protestos tiveram pouco efeito na Casa Branca.

No entanto, desde janeiro, sua voz adquirirá mais peso, pois Levin provavelmente se tornará o presidente do Comitê das Forças Armadas do Senado, e Biden em presidente do Comitê das Relações Exteriores.

Outro que também apoiou a idéia foi o senador democrata Charles Schumer, que coordenou a campanha de seu partido para as eleições do Senado e disse à "CNN" que 2007 deve ser um ano "de transição", no qual "um grande número de tropas" será retirado.

No entanto, Joshua Bolten, chefe de gabinete da Casa Branca, afirmou em entrevista à "ABC" que estabelecer uma data para a saída do Iraque "seria um verdadeiro desastre para o povo iraquiano".

O senador John McCain, possível pré-candidato republicano às eleições presidenciais, deu declarações no mesmo sentido.

"Uma retirada ou a fixação de uma data para a retirada levaria a região ao caos", disse McCain em entrevista ao canal de televisão "NBC", acrescentando que os EUA deveriam enviar mais tropas para vencer os insurgentes.

No entanto, alguns republicanos não estão tão convencidos disso. O senador Arlen Specter, atual presidente do Comitê Judicial do Senado, acredita que o resultado das eleições nos EUA "é um aviso ao Governo iraquiano de que os EUA não vão ficar no Iraque para sempre".

Specter disse à "CNN" que uma redução de tropas se aproxima, mas a decisão corresponde aos comandantes das forças, com base em sua avaliação da situação no local.

Apesar da rejeição de marcar uma data para a saída, Bolten se mostrou conciliador com os democratas e reiterou que o presidente está aberto a sugestões sobre o Iraque.

"Claramente, precisamos de olhares e enfoques renovados frente ao problema", disse. "Ninguém pode estar feliz com o que está acontecendo atualmente no Iraque", acrescentou.

Este tom, adotado pelo próprio Bush após as eleições, contrasta com as declarações otimistas sobre o Iraque que o presidente fazia nos últimos meses, sempre enfatizando os avanços alcançados no país.

Biden propôs também a realização de uma conferência internacional sobre o Iraque, com a participação das principais potências do mundo e dos países vizinhos, incluindo Síria e Irã.

No entanto, Bolten também rejeitou esta idéia e disse que essas duas nações "se intrometem de forma prejudicial" na situação no Iraque.





Fonte: EFE

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