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Internacional
Domingo - 12 de Novembro de 2006 às 21:28

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Os colégios eleitorais fecharam hoje suas portas na região separatista georgiana da Ossétia do Sul após duas eleições presidenciais opostas e dois plebiscitos, a favor e contra a independência.

A Comissão Eleitoral, criada pelas autoridades separatistas ossetas, informou que a participação "foi muito superior a 90%", dando assim a entender que a população georgiana também foi maciçamente às urnas.

A Ossétia do Sul, cuja capital, Tskhinvali, fica a apenas 100 quilômetros da capital da Geórgia, Tbilisi, tem 82 mil habitantes, dos quais 58 mil são ossetas e 22 mil são georgianos.

De acordo às pesquisas de boca-de-urna, realizadas por entidades e organizações russas, o "sim" à independência foi "arrasador".

A organização russa "Nashi", de caráter nacionalista, afirmou que, de acordo com suas enquetes, 99% dos eleitores apoiaram a independência.

Segundo os mesmos dados, 95% votaram a favor de um segundo mandato presidencial de cinco anos para o atual líder separatista, Eduard Kokoity, que hoje reiterou que seu objetivo é a incorporação da Ossétia do Sul à Federação da Rússia.

A apenas cinco quilômetros da capital separatista, na localidade de Eredvi, onde a maioria da população é georgiana e fora de controle dos separatistas, outra Comissão Eleitoral - criada em contrapartida pela população georgiana e pela oposição osseta - comemorava os resultados.

Segundo seus dados, as eleições alternativas tiveram a participação de 42.000 eleitores e mais de 90% se pronunciaram no plebiscito a favor de que a Ossétia do Sul faça parte da Geórgia, mas com ampla autonomia.

Nas eleições presidenciais alternativas, venceu com 88% de votos Dmitri Sanakoyev, um próspero empresário osseta de 37 anos que combateu do lado separatista na guerra de 1989-1992 e depois ocupou os cargos de ministro da Defesa, vice-primeiro-ministro e primeiro-ministro da Ossétia do Sul.

Sanakoyev deixou seu cargo e foi para a Rússia se dedicar aos negócios em 2001, quando Kokoity chegou ao poder.

Agora, Sanakoyev decidiu voltar à sua pátria para "unir todos os habitantes (ossetas e georgianos) da Ossétia do Sul", e defende que "apenas uma ampla autonomia dentro do Estado georgiano permitirá levantar a Ossétia do Sul das ruínas e devolver a paz a seus habitantes, ossetas e georgianos".

Seu discurso não agradou às autoridades separatistas pró-russas, que o declararam "traidor da Pátria" e o excluíram das eleições "oficiais".

Na Ossétia do Sul, as populações osseta e georgiana vivem misturadas ao longo dos 3.900 quilômetros quadrados de seu território, por isso, para escapar do controle dos separatistas, basta sair cinco quilômetros da capital.

Em Tskhinvali, há rumores de que as eleições paralelas e a Comissão Eleitoral alternativa foram organizadas pelos serviços secretos georgianos.

Embora Tbilisi não reconheça oficialmente nenhum dos dois pleitos, também não esconde suas esperanças.

"A partir destas eleições começará a verdadeira autodeterminação da população e será delimitada a divisa entre os interesses da Rússia e da população local", disse George Targamadze, presidente do comitê parlamentar georgiano para Defesa e Segurança.

No entanto, uma nota do Ministério de Exteriores da Rússia expressou seus temores de que "a direção alternativa que se pretende criar na Ossétia do Sul seja reconhecida por Tbilisi como único representante legítimo da população da Ossétia do Sul", o que, segundo a nota oficial, "traria graves conseqüências".

Moscou advertiu que isso "intensificará a tensão na zona do conflito, e a divisão étnica pode ocasionar um confronto político e militar".





Fonte: EFE

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