O governo palestino denuncia o veto americano na ONU

O governo palestino condenou neste domingo o veto americano no Conselho de Segurança da ONU a um projeto de resolução que reprovava as operações militares de Israel na Faixa de Gaza.

"Esta decisão da administração americana concede claramente legitimidade absoluta à matança e ao assassinato cometidos pelas forças de ocupação contra o povo palestino", assinala em um comunicado Ghazi Hamad, porta-voz do governo dirigido pelo movimento islamita Hamas.

"Esta decisão representa a concessão de uma proteção ilimitada ao governo de ocupação para seus crimes contra civis inocentes na Palestina", acrescenta o texto.

Um grupo armado palestino advertiu que, em função do veto, tratará os Estados Unidos como um inimigo.

"Os Estados Unidos participam nestas agressões junto ao inimigo e os trataremos como um inimigo", afirmou Abu Mujahid, porta-voz dos Comitês de Resistência Popular.

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, também lamentou neste domingo o "incompreensível" veto americano e advertiu que esta decisão é vista pelos árabes como o fim do processo de paz.

"Lemos esta mensagem com um profundo pesar e uma grande cólera. Representa que o processo de paz terminou por completo", disse Mussa a jornalistas no Cairo.

"Este veto é incompreensível e aumenta a cólera existente no Oriente Médio", disse a fonte.

Os Estados Unidos vetaram no sábado no Conselho de Segurança da ONU o projeto de resolução árabe que pretendia condenar o mortal bombardeio israelense de quarta-feira passada em Beit Hanun, na Faixa de Gaza, no qual morreram 18 pessoas.

"Israel utilizará este veto como pretexto para prosseguir com seus atos" contra os palestinos, disse Mussa.

Segundo a fonte, a oposição americana ao projeto de resolução está entre os temas da reunião de emergência dos chanceleres árabes, celebrada no Cairo.