Lula e Chávez inaugurarão nova ponte sobre rio Orinoco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe de Estado da Venezuela, Hugo Chávez, inaugurarão amanhã uma nova ponte sobre o rio Orinoco, que se chamará "Orinoquia".

A obra, considerada uma maravilha da engenharia atual, foi construída com tecnologia e financiamento brasileiros.

Lula chegará hoje a Ciudad Guayana, próximo do local onde fica a ponte, e ficará até segunda-feira.

O presidente brasileiro deve ter várias reuniões com Chávez, em sua primeira viagem ao exterior após ter sido reeleito.

A ponte tem 3.156 metros de comprimento e foi construída em seis anos, com um custo de US$ 1,28 bilhão.

A empresa que comandou a obra foi a brasileira Odebrecht, e parte do financiamento foi concedida pelo BNDES sob um mecanismo de apoio às exportações brasileiras de bens e serviços.

Chávez se mostrou entusiasmado no sábado com a visita de Lula, a quem costuma se referir como "companheiro e irmã". "Amanhã, chega o presidente do Brasil para nos visitar, obviamente declaramos dia de júbilo na Venezuela por esta ilustre visita do reeleito presidente", disse Chávez em um ato em Maracaibo.

O Ministério das Relações Exteriores venezuelano afirmou que o ato de amanhã "faz parte do espírito da nova liderança que está nascendo na América do Sul", e que se caracteriza por buscar "uma integração verdadeira e profunda".

Esta nova via ligará os estados do Amazonas e Roraima com os portos de exportação da Venezuela no mar do Caribe.

A obra tem quatro faixas para trânsito de veículos, uma via férrea, e se conecta com a moderna estrada que une o sul do estado de Bolívar, na Venezuela, com Roraima.

"Há alguns anos, o Brasil não existia na prática para a Venezuela porque, embora estivesse do lado, só tínhamos olhos para o norte.

Hoje, isso mudou e temos uma relação profunda", destacou a Chancelaria venezuelana. Lula também participará com Chávez de um ato de certificação de reservas da Faixa Petrolífera do Orinoco.

A Petrobras tem projetos de investimento em um dos blocos da faixa, onde se oferece para extrair, junto com a estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), petróleo extrapesado que seria transformado em petróleo sintético médio.

A Venezuela faz gestões para que suas jazidas de hidrocarbonetos da Faixa do Orinoco, onde há cerca de 280 bilhões de barris, sejam reconhecidas internacionalmente como as maiores reservas petrolíferas do mundo.

Na comitiva de Lula, viajarão o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau; o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e outros diretores da petrolífera, além do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, um dos homens mais ricos do Brasil e principal produtor individual de soja do mundo.