Movimento da categoria pode piorar ainda mais o trânsito na Capital
Por gratificações, “amarelinhos” decretam greve geral

Os agentes de Trânsito de Cuiabá, também conhecidos como "amarelinhos", decidiram deflagrar uma greve geral na próxima terça-feira (11). 

 

 

A categoria realizar assembleia-geral na noite de sexta-feira (8), quando o indicativo de greve foi votado. 

 

 

Um dos motivos, de acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes de Trânsito e Transporte de Cuiabá (Sinattrac), Alexandre Arruda, é o não pagamento de uma gratificação por produtividade, que ainda não foi regulamentada pela Prefeitura. 

 

 

Arruda informou ainda que os baixos salários, pagos aos profissionais, têm desmotivado a categoria. 

 

Os "amarelinhos" têm um salário base de R$ 850, por 40 horas de trabalho semanais, e, com o adicional de insalubridade e vale-transporte, o rendimento não passa de R$ 1,2 mil. 

 

 

“Não tem como um agente de trânsito, que tem uma função tão importante na sociedade, ter um salário baixo desse jeito. Prometeram uma coisa e não cumprem. As negociações não avançam, isso acontece desde a gestão passada. Teremos que parar as atividades para conseguir alguma resposta”, disse o Arruda ao MidiaNews. 

 

Segundo o sindicalista, atualmente, 168 agentes de trânsito trabalham nas ruas de Cuiabá. O número era maior, mas 12 profissionais desistiram do concurso. O motivo é a falta de valorização profissional. 

 

 

“Nós temos família para sustentar. Ficamos o dia todo na rua e não somos reconhecidos. Muitos largaram o trabalho e foram fazer outra coisa. O salário é muito baixo e, para muitos, não compensa”, disse. 


 

 

Cabe aos agentes garantir a fluidez do trânsito, coordenando e orientando os motoristas e só aplicar as multas em último caso. 

 

 

A greve da categoria, caso seja deflagrada, poderá piorar ainda mais o trânsito na Capital, que tem problemas diariamente, devido às obras de mobilidade urbana para a Copa de 2014.

 

Anteriormente, a função era exercida excepcionalmente por Agentes de Regulação e Fiscalização, cedidos pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e que chegavam a receber salários de até R$ 4 mil. 

 

 

Outro lado 

 

 

O secretário de Trânsito, Antenor Figueiredo, disse ao MidiaNews que já foi informado sobre o indicativo de greve, mas enfatizou que não apoia o movimento. 

 

Segundo Figueiredo, as negociações estão em andamento e, devido ao curto tempo da nova administração, ainda é cedo para se falar em greve. 

 

 

“Não podemos ser penalizados por promessas e ações da gestão anterior. Começamos o nosso trabalho há pouco mais de dois meses e não vamos aceitar essa greve. Caso a categoria insista, poderemos adotar medidas enérgicas para coibir essa ameaça de paralisação”, disse.