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Secretário da ONU critica atuação contra aquecimento global
Os "líderes do mundo não estão atuando à altura do desafio ético que significa a luta contra o aquecimento global", afirmou em entrevista à Efe o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), Yvo de Boer.
A primeira conferência sobre mudança climática realizada na África Subsaariana, que inicia amanhã sua semana decisiva, ressaltou que os países mais pobres e menos poluentes serão os mais prejudicados pela mudança climática, e, por isso, evitar este fenômeno coloca "um desafio ético global, não só científico e de desenvolvimento".
Mas, segundo De Boer, "definitivamente, os líderes do mundo não estão agindo à altura deste desafio ético".
"É hora de a mudança climática ser discutida em outros níveis. Estas reuniões são assistidas pelos ministros de Meio Ambiente, mas não pelos de Finanças, Economia ou pelos primeiros-ministros, responsáveis pelas decisões econômicas do futuro", disse o secretário-executivo.
De Boer admitiu que o cidadão comum pode se perguntar se os tratados servem para alguma coisa, ao ver que as emissões de poluentes continuam crescendo em muitos países. Mas, segundo o secretário-executivo, houve avanços.
"É verdade que as emissões estão crescendo, mas menos do que teriam crescido se não houvesse leis referentes a este assunto. E eu espero que diminuam", disse.
"Nos últimos 100 anos, na Europa, as emissões de dióxido de carbono (CO2) por unidade de Produto Nacional Bruto diminuíram cerca de 70%. E 50% desta diminuição foi possível a partir de 1990", explicou De Boer.
"A economia agora se baseia muito menos no CO2, e está crescendo. Demos um passo importante ao dissociar crescimento econômico de crescimento de emissões. O próximo objetivo deve ser reduzi-las", ressaltou o secretário.
Ratificado por 166 países e em vigor desde 16 de fevereiro de 2005, o Protocolo de Kyoto exige que os Estados industrializados reduzam as emissões de gases do efeito estufa em 5,2% em comparação com os níveis de 1990.
De Boer afirmou que em Nairóbi "não haverá acordo" sobre quais novos países poderiam ser acrescentados ao Anexo I - os que têm metas obrigatórias de redução - depois de 2012, quando se encerra o período coberto por Kyoto.
Mas o secretário-executivo acrescentou que "está claro que se a próxima rodada de compromissos (a partir de 2012) não for suficientemente ambiciosa, há um risco real de que não se consiga conter o aumento de temperaturas em menos de dois graus centígrados", número que a União Européia (UE) considera o mínimo para que danos irreversíveis sejam evitados.
Quanto à posição dos Estados Unidos, De Boer afirmou que não teve "nenhum sinal" de intenção do país que mais contribui para as emissões de CO2 no mundo de se unir ao Protocolo.
"Inclusive, se decidissem se unir agora, levando em conta seu atual nível de emissões, seria difícil que atingissem a meta de Kyoto", disse o secretário.
Para De Boer, "não conta apenas quem está na Casa Branca: mesmo quando (Bill) Clinton era presidente, o Congresso e o Senado também tinham grandes problemas com Kyoto".
A reunião de Nairóbi será, segundo De Boer, "menos espetacular que outras em termos de decisões, mas é muito significativa porque aborda assuntos absolutamente cruciais para os países em vias de desenvolvimento".
"Não é uma reunião tão significativa para o futuro, mas está fazendo com que o presente funcione", concluiu.
A primeira conferência sobre mudança climática realizada na África Subsaariana, que inicia amanhã sua semana decisiva, ressaltou que os países mais pobres e menos poluentes serão os mais prejudicados pela mudança climática, e, por isso, evitar este fenômeno coloca "um desafio ético global, não só científico e de desenvolvimento".
Mas, segundo De Boer, "definitivamente, os líderes do mundo não estão agindo à altura deste desafio ético".
"É hora de a mudança climática ser discutida em outros níveis. Estas reuniões são assistidas pelos ministros de Meio Ambiente, mas não pelos de Finanças, Economia ou pelos primeiros-ministros, responsáveis pelas decisões econômicas do futuro", disse o secretário-executivo.
De Boer admitiu que o cidadão comum pode se perguntar se os tratados servem para alguma coisa, ao ver que as emissões de poluentes continuam crescendo em muitos países. Mas, segundo o secretário-executivo, houve avanços.
"É verdade que as emissões estão crescendo, mas menos do que teriam crescido se não houvesse leis referentes a este assunto. E eu espero que diminuam", disse.
"Nos últimos 100 anos, na Europa, as emissões de dióxido de carbono (CO2) por unidade de Produto Nacional Bruto diminuíram cerca de 70%. E 50% desta diminuição foi possível a partir de 1990", explicou De Boer.
"A economia agora se baseia muito menos no CO2, e está crescendo. Demos um passo importante ao dissociar crescimento econômico de crescimento de emissões. O próximo objetivo deve ser reduzi-las", ressaltou o secretário.
Ratificado por 166 países e em vigor desde 16 de fevereiro de 2005, o Protocolo de Kyoto exige que os Estados industrializados reduzam as emissões de gases do efeito estufa em 5,2% em comparação com os níveis de 1990.
De Boer afirmou que em Nairóbi "não haverá acordo" sobre quais novos países poderiam ser acrescentados ao Anexo I - os que têm metas obrigatórias de redução - depois de 2012, quando se encerra o período coberto por Kyoto.
Mas o secretário-executivo acrescentou que "está claro que se a próxima rodada de compromissos (a partir de 2012) não for suficientemente ambiciosa, há um risco real de que não se consiga conter o aumento de temperaturas em menos de dois graus centígrados", número que a União Européia (UE) considera o mínimo para que danos irreversíveis sejam evitados.
Quanto à posição dos Estados Unidos, De Boer afirmou que não teve "nenhum sinal" de intenção do país que mais contribui para as emissões de CO2 no mundo de se unir ao Protocolo.
"Inclusive, se decidissem se unir agora, levando em conta seu atual nível de emissões, seria difícil que atingissem a meta de Kyoto", disse o secretário.
Para De Boer, "não conta apenas quem está na Casa Branca: mesmo quando (Bill) Clinton era presidente, o Congresso e o Senado também tinham grandes problemas com Kyoto".
A reunião de Nairóbi será, segundo De Boer, "menos espetacular que outras em termos de decisões, mas é muito significativa porque aborda assuntos absolutamente cruciais para os países em vias de desenvolvimento".
"Não é uma reunião tão significativa para o futuro, mas está fazendo com que o presente funcione", concluiu.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/261214/visualizar/
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