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3,8 milhões de famílias brasileiras mudam de status
Extrato mais pobre da população, a classe E tende a desaparecer em dois ou três anos caso sejam mantidos os atuais critérios de classificação socioeconômica utilizados pelas empresas de pesquisa. Em 2002, ano da eleição do presidente Lula para o primeiro mandato, os lares de classe E representavam 12,7% do total de domicílios urbanos no País. No final deste ano, devem representar apenas 2,5%, o que corresponde a 1,181 milhão de famílias. Eram 5,024 milhões há quatro anos.
A diferença, que espelha um encolhimento de 76,5%, significou a ascensão de 3,843 milhões de famílias para as classes D e C. Para especialistas, o que explica esse movimento é o acesso fácil ao crédito.
"Está na hora de fazer uma revisão no critério de classificação socioeconômica para que ele seja mais compatível com a realidade atual de mercado", afirma Marcos Pazzini, diretor da Target Marketing, consultoria especializada em pesquisa de mercado, responsável pelo estudo sobre a mobilidade de classes no País. "Se um dos extratos está sumindo é porque há alguma coisa errada", argumenta.
A classe D também encolheu nos últimos quatro anos. Sua participação no total de lares brasileiros caiu de 34,4% para 28,9%. A escalada dessas dessas famílias de classes E e D encorpou a classe C, cuja fatia aumentou de 20,56% para 39,4% dos domicílios - um salto equivalente a cerca de 4 milhões de famílias.
"Não é que essas famílias estão mais ricas", diz Clifford Alexander Young, diretor-executivo do instituto Ipsos. "Elas estão é conseguindo consumir mais graças ao crédito fácil e abundante". Young explica que o critério de classificação socioeconômica no País é baseada na posse de itens de conforto da população. À medida que as famílias de classes mais baixas conseguem adquirir bens como TV em cores, geladeira, carros e aparelhos de DVD, entre outros, acumulam pontos numa escala que leva a mudança de patamares.
A família do metalúrgico Raimundo Nonato de Oliveira, de 45 anos, é um exemplo típico desse processo. Analfabeto, ex-bóia-fria em sua cidade natal, Mombaça, no Ceará, de onde se mudou para São Paulo faz 20 anos, Raimundo 'subiu na vida', como ele mesmo diz.
No ano passado, o metalúrgico conseguiu um financiamento para a compra da casa própria e saiu de uma favela onde vivia com a mulher e um casal de filhos. Também comprou pelo crediário uma segunda TV e um aparelho de DVD para os filhos. Agora, quer realizar mais um sonho.
"Vou começar a separar um dinheiro todo mês para comprar um carrinho simples", diz o metalúrgico, que ganha R$ 1,5 mil por mês de salário numa fábrica de autopeças.
A classe C, da qual a família de Raimundo passou a fazer parte, é considerada o mercado com maior potencial de crescimento para o consumo. De acordo com o estudo da Target, essas famílias já respondem por 27,3% do consumo urbano no País, ante 25,77% em 2002.
"Isso mostra um crescimento de R$ 16,9 bilhões de consumo nessa classe", observa Pazzini. Pelos cálculos da consultoria, que se baseiam em dados do IBGE e da FGV, entre outros, o consumo da classe C este ano é da ordem de R$ 300 bilhões.
A diferença, que espelha um encolhimento de 76,5%, significou a ascensão de 3,843 milhões de famílias para as classes D e C. Para especialistas, o que explica esse movimento é o acesso fácil ao crédito.
"Está na hora de fazer uma revisão no critério de classificação socioeconômica para que ele seja mais compatível com a realidade atual de mercado", afirma Marcos Pazzini, diretor da Target Marketing, consultoria especializada em pesquisa de mercado, responsável pelo estudo sobre a mobilidade de classes no País. "Se um dos extratos está sumindo é porque há alguma coisa errada", argumenta.
A classe D também encolheu nos últimos quatro anos. Sua participação no total de lares brasileiros caiu de 34,4% para 28,9%. A escalada dessas dessas famílias de classes E e D encorpou a classe C, cuja fatia aumentou de 20,56% para 39,4% dos domicílios - um salto equivalente a cerca de 4 milhões de famílias.
"Não é que essas famílias estão mais ricas", diz Clifford Alexander Young, diretor-executivo do instituto Ipsos. "Elas estão é conseguindo consumir mais graças ao crédito fácil e abundante". Young explica que o critério de classificação socioeconômica no País é baseada na posse de itens de conforto da população. À medida que as famílias de classes mais baixas conseguem adquirir bens como TV em cores, geladeira, carros e aparelhos de DVD, entre outros, acumulam pontos numa escala que leva a mudança de patamares.
A família do metalúrgico Raimundo Nonato de Oliveira, de 45 anos, é um exemplo típico desse processo. Analfabeto, ex-bóia-fria em sua cidade natal, Mombaça, no Ceará, de onde se mudou para São Paulo faz 20 anos, Raimundo 'subiu na vida', como ele mesmo diz.
No ano passado, o metalúrgico conseguiu um financiamento para a compra da casa própria e saiu de uma favela onde vivia com a mulher e um casal de filhos. Também comprou pelo crediário uma segunda TV e um aparelho de DVD para os filhos. Agora, quer realizar mais um sonho.
"Vou começar a separar um dinheiro todo mês para comprar um carrinho simples", diz o metalúrgico, que ganha R$ 1,5 mil por mês de salário numa fábrica de autopeças.
A classe C, da qual a família de Raimundo passou a fazer parte, é considerada o mercado com maior potencial de crescimento para o consumo. De acordo com o estudo da Target, essas famílias já respondem por 27,3% do consumo urbano no País, ante 25,77% em 2002.
"Isso mostra um crescimento de R$ 16,9 bilhões de consumo nessa classe", observa Pazzini. Pelos cálculos da consultoria, que se baseiam em dados do IBGE e da FGV, entre outros, o consumo da classe C este ano é da ordem de R$ 300 bilhões.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/261220/visualizar/
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