Irã trabalha para ter 3 mil centrífugas em quatro meses

Os técnicos nucleares iranianos trabalham para construir 3 mil centrífugas em um prazo de quatro meses, disse hoje o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Seyed Mohamad Ali Hosseini.

Em sua habitual entrevista coletiva de domingo, o porta-voz disse que as centrífugas poderiam estar prontas "até o fim do ano iraniano", ou seja, dentro de uns quatro meses, segundo a agência pública iraniana "Irna".

Especialistas e autoridades iranianos "estão tentando realizar estas gestões sob a vigilância da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)", acrescentou o porta-voz.

Hosseini disse ainda que atualmente "duas redes de 164 centrífugas cada uma seguem com suas atividades (de enriquecer urânio)" e acrescentou que o enriquecimento dentro do território iraniano continua sendo a posição fundamental de seu Governo.

Hosseini qualificou de "muito importante" a viagem que o secretário do Conselho Supremo de Segurança iraniano, Ali Larijani, realiza atualmente a Moscou, devido à "diferença das posições da Rússia a respeito do caso nuclear iraniano em comparação com os outros membros do grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha)".

O porta-voz iraniano também reagiu contra as recentes declarações de um alto funcionário de Israel sobre um eventual ataque ao Irã, e disse que "em caso de tal estupidez a resposta do Irã será rápida, decidida e categórica".

No entanto, Hosseini considerou que Israel tem agora capacidades limitadas para atacar o Irã. "A situação interna e militar de Israel é muito frágil, mas caso cometa esta perversidade e estupidez, nossa resposta será rápida e não demorará nem um segundo", continuou o iraniano.

Quanto à abertura de um diálogo com os Estados Unidos sobre o Iraque, o porta-voz de Exteriores disse que o Governo estudará o assunto caso receba uma proposta escrita, mas destacou que esta ainda não chegou.

A respeito dos atentados contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), pelos quais as autoridades judiciais argentinas pediram a detenção de nove altos funcionários iranianos, Hosseini disse que o Irã possui documentos que inocentam seus cidadãos.

"Há documentos que (demonstram que) a explosão foi ativada de dentro do edifício", disse.