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Internacional
Domingo - 12 de Novembro de 2006 às 07:15

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As equipes de resgate continuam hoje os trabalhos de busca dos 24 trabalhadores soterrados em uma mina da província de Shanxi, no norte da China, desde o dia 5, em um desastre que as autoridades atribuem à "ignorância" e ao "caos".

Na mina de Jiaojiazhai, na localidade de Xinzhou, permanece ativado o dispositivo de resgate com a esperança, cada vez menor, de encontrar os 24 trabalhadores soterrados após a explosão de gás do último domingo, na qual morreram outras 23 pessoas.

Segundo as investigações preliminares, a explosão foi causada por "erros humanos", pois a mina deveria ter sido evacuada depois que os ventiladores deixaram de funcionar, o que causou um acúmulo excessivo de gás.

O responsável pela missão de resgate enviado pelo Conselho de Estado, Li Yizhong, afirmou que "a ignorância nas medidas de segurança e a gestão caótica do dono da mina" provocaram o acidente, informou hoje a agência estatal Xinhua.

"Estou surpreso por ter achado vários fatores de risco na mina que não foram informados aos trabalhadores", lamentou Li, chefe da Administração Estatal de Segurança Laboral.

Li defendeu uma punição severa a cada um dos responsáveis pela companhia mineira, o que servirá de lição para o restante dos proprietários mineiros.

Wu Jianming, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Taiyuan, criticou duramente a "severa avareza" dos proprietários das minas, além de alertar para os perigos da mudança de estação.

"O inverno é a porta para o inferno para os mineiros. Algumas das minas pequenas que foram fechadas por falta de segurança abrirão novamente agora", advertiu.

"Outras, que deveriam ter sido fechadas, continuam com sua produção sem se importar com a ameaça que supõem para a vida dos mineiros", acrescentou.

Wu, também assessor da Administração Estatal de Segurança Laboral, alertou sobre a diminuição no padrão de segurança de algumas minas de gestão estatal, que não realizam inspeções suficientes e completas, e aumentam sua produção sem considerar os riscos.

Para Li, a solução para o problema está na postura das companhias de carvão da China, que devem colocar "a segurança em primeiro lugar e depois procurar o lucro".

Com oito mil mortos ao ano, seis mil deles em poços de carvão, as minas chinesas são as mais perigosas do mundo, uma realidade na qual também existe a corrupção e a necessidade de escavar cada vez mais fundo, onde a concentração de gás metano é maior.





Fonte: EFE

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