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Internacional
Sábado - 11 de Novembro de 2006 às 23:18

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O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, viaja hoje aos Estados Unidos para se reunir com o presidente americano, George W. Bush, pela segunda vez desde que chegou ao poder, em março, para apresentar um novo plano de paz para o Oriente Médio.

Olmert, que sairá de Israel no final do dia, também participará do encontro anual das comunidades judaicas dos EUA, a ser realizado em Los Angeles.

Fontes do Governo israelense confirmaram que entre os compromissos do primeiro-ministro estão as perspectivas para resgatar o processo de paz do Oriente Médio da estagnação em que se encontra desde a retirada israelense da Faixa de Gaza, em setembro de 2005.

Israel teme que a vitória dos democratas nas eleições legislativas nos Estados Unidos altere a política de Bush na região, e com isso o presidente americano tenha que fazer concessões aos palestinos enquanto o movimento islâmico Hamas continuar no Governo.

Olmert apresentará a Bush, em reunião na Casa Branca na segunda-feira, um plano de paz que levaria à criação de um Estado palestino independente com fronteiras provisórias em questão de meses, disseram as fontes.

Em relação às negociações sobre as fronteiras definitivas e o acordo de paz permanente, o primeiro-ministro disse na última quinta-feira, em ato público, que está disposto "a ir longe nas conversas" para conseguir a paz, e que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, se surpreenderia com seu ímpeto nesse sentido.

"Já comuniquei cerca de 20 vezes que gostaria de me reunir com ele, mas ele não quer", acrescentou Olmert.

O primeiro-ministro israelense afirmou sentir um "grande respeito" por Abbas pelo fato de este rejeitar o terrorismo às claras.

Mas o presidente da ANP considera que, antes de um encontro dessa natureza, Israel deve mostrar sua disposição em fazer concessões, a fim de que possa mostrar algum benefício a seu povo.

Na agenda da visita a Washington, está incluída a resposta de Israel a três reivindicações da ANP: o posicionamento em Gaza de uma brigada do "Exército palestino de libertação"; a entrada de milhares de armas automáticas e munição para as forças de segurança leais a Abbas; e a libertação de milhares de presos.

Olmert dirá a Bush que está disposto a autorizar o posicionamento na Faixa de Gaza da Brigada Bader, atualmente na Jordânia, a fim de reforçar as forças do Fatah frente às do Hamas e fortalecer a liderança de Abbas, disseram as fontes.

Nos mesmos cálculos estratégicos, Olmert também aceitará a reivindicação de armas e munição procedentes do Egito para as forças presidenciais da ANP.

No entanto, segundo o assessor Yoram Turbowicz, Olmert não está disposto - sob nenhuma hipótese - a libertar presos palestinos enquanto o soldado israelense Gilad Shalit continuar preso em Gaza.

Shalit foi capturado por três milícias palestinas, entre elas a do Hamas, em 25 de junho, e todos os esforços do Egito para libertá-lo foram infrutíferos.

Olmert, ao contrário de seu antecessor Ariel Sharon, está disposto a libertar presos de todas as milícias, inclusive do Hamas, mas, no caso de "terroristas com as mãos manchadas de sangue", nenhum que não tenha cumprido ainda pelo menos 20 anos de pena.

Outro argumento da política de abertura de Olmert se origina nos últimos relatórios de diferentes analistas, segundo os quais os interesses dos Estados Unidos no Oriente Médio poderiam mudar nos próximos dois anos, com Israel deixando de ser o centro de interesse da diplomacia dos EUA na região.

Além de Bush, Olmert também se reunirá em Washington com outros altos funcionários do Governo, e depois viajará a Los Angeles, onde participará da convenção anual das comunidades judaicas nesse país.

A ministra de Exteriores israelense, Tzipi Livni, que está em Los Angeles desde sexta-feira, disse à imprensa que o anúncio do primeiro-ministro da ANP, Ismail Haniyeh, que declarou estar disposto a renunciar, é um sinal positivo.

Livni afirmou que isso "reforçaria as forças moderadas em Gaza" e, conseqüentemente, estimularia a solução de "dois Estados para dois povos".





Fonte: EFE

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