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Internacional
Sexta - 10 de Novembro de 2006 às 22:29

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Embora na China há mais de 25 anos prevaleça a "política do filho único", pela qual a maioria das famílias é proibida de ter mais de um descendente, as autoridades estão incentivando que um setor da população tenha mais de um filho, informou hoje o jornal "China Daily".

O incentivo àa natalidade, algo pouco comum na China das últimas décadas, está sendo implementado especialmente na província de Cantão, uma das mais povoadas da China, com quase 100 milhões de habitantes, mas também uma das mais desenvolvidas economicamente.

Os casais que estão sendo estimulados a ter filhos são aqueles que tanto o homem como a mulher são filhos únicos, e que, desde a reforma legal de 2000, podem ter um segundo filho.

Um dos promotores da campanha é o subdiretor do departamento provincial de planejamento familiar de Cantão, Duan Jianhua, que, em declarações citadas hoje pela imprensa, disse que a nova política busca "reduzir a pressão das gerações jovens da sociedade, causada pelo envelhecimento populacional".

A política do filho único, iniciada no final dos anos 70 para frear a superpopulação da China, conseguiu conter o crescimento no número de habitantes, mas teve efeitos secundários, como o envelhecimento da população, o que pode gerar graves conseqüências econômicas para o país no futuro.

O envelhecimento da população começa a ser observado especialmente nas cidades, onde muitas famílias chinesas, inclusive as que podem ter mais de um filho, estão optando por não ter nenhum, devido ao custo econômico.

Em cidades como Cantão, a porcentagem de casais sem filhos já é de 10%, considerado muito alto se comparado a décadas anteriores, e estranho em um país cuja tradição considera a prole um sinal de felicidade e prosperidade.

O Governo provincial de Cantão se propõe, inclusive, a oferecer ajudas financeiras às famílias com mais de um filho.

As políticas demográficas da China, o país mais povoado do mundo, mudaram radicalmente durante os mais de 50 anos de regime comunista.

Antes dos anos 80, a política era de "quanto mais filhos melhor", enquanto, hoje em dia, estimula o oposto.

Outros grupos sociais que estão autorizados a ter mais de um filho na China são as famílias de minorias étnicas (menos de 10% da população) e os pais em zonas rurais cujo primeiro filho tenha sido do sexo feminino.

Segundo os últimos dados oficiais, a sociedade chinesa envelhece aceleradamente. Já há mais de 100 milhões de idosos com mais de 65 anos, o que pode fazer com que o país perca, futuramente, a vantagem de ter mão-de-obra abundante.

Segundo as previsões, a população ativa chegará a seu ponto máximo em 2016, com 1 bilhão de pessoas, momento em que começará a decrescer.





Fonte: EFE

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