Seqüestrador de ônibus liberta 13 refens no RJ
"Quem está conversando com ele, no momento, é a irmã dele. Ele não está fazendo muitas exigências", informou o policial. "Temos informações de que ele está muito cansado". Segundo a polícia, os reféns estão concentrados na parte traseira do ônibus. O seqüestro, que dura mais de sete horas, já é mais longo que o caso do ônibus 174, que durou quatro horas e meia.
O homem embarcou acompanhado da mulher a quem ameaça com um revólver calibre 38. Relatos de passageiros, liberados depois de negociações entre o motorista, o homem e a Polícia Militar, informam que mulher foi espancada por tê-lo "traído". Ele teria dito que não faria mal aos outros passageiros, enquanto a ex-mulher nega ter traído o marido.
De acordo com a cunhada do homem, Eloísa Ribeiro, casada com o irmão do seqüestrador, ele se chamaria André Luis Ribeiro da Silva, camelô de 35 anos, morador de Nova Iguaçu, no bairro de Santa Eugênia. A mulher ameaçada seria Cristina Ribeiro, e seria esposa dele. O casal teria três filhos. Cristina é do lar e estaria fazendo um curso de enfermagem. André Luis teria tentado o suicídio, sem sucesso e, depois de um mês fora do Rio, a pedido da família, André teria retornado ao estado disposto a reatar o casamento. Os familiares de André Luis dizem que ele tem um ciúme doentio pela mulher.
A irmã, o cunhado do agressor e o major Soares da PM participam das negociacões. A mãe de André, Nair, foi chamada para ajudar, mas, ao chegar no local, passou mal e não pôde colaborar. Ela tem mais 11 filhos. Nair continua na ambulância em estado de choque, com pressão alta. Quem também está ajudando nas negociações é o ex-cantor Vaguinho, que agora é pastor de uma igreja. Ele relatou que André Ribeiro está transtornado e balançava a cabeça fazendo sinal positivo, denotando que ia se entregar.
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Hudson Aguiar, diz que as negociações continuam. "Estamos esperando uma solução na parte elétrica do ônibus para que o pastor e a irmã dele possam entrar no ônibus. Ampliamos o raio de isolamento pq precisamos ter espaço em caso da necessidade de uma intervenção. A situação dentro do ônibus é de tranqüilidade aparentemente. Ele diz que o problema é dele com a ex-mulher", conta o coronel.
O coronel Hudson Aguiar disse ainda que André Luis teria entre 35 e 40 anos. "Pedi a ele que daríamos uma garantia de q tudo ia ocorrer dentro das normas. Ele não diz coisa com coisa, não aparenta estar em seu juízo. Só fica junto ao corpo dela, com a arma apontada. Os outros passageiros também correm riscos porque não sabemos que atitude ele pode tomar num momento de tensão. Nós não temos a visão detalhada do interior do ônibus porque as cortinas. Seriam cerca de 20 mais a mulher e o André", detalhou o coronel.
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