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Cidades/Geral
Quinta - 09 de Novembro de 2006 às 20:53

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O delegado Luciano Inácio da Silva, da Gerência de Repressão a Seqüestro e Investigações Especiais, vai entregar à Justiça Federal todas as informações apuradas pela Polícia Civil de Mato Grosso referente ao acidente entre o Boeing 737-800 da empresa Gol Linhas Aéreas e o jato Legacy, da Embraer, que se chocaram no norte do Estado no dia 29 de setembro deste ano. Com isso, Luciano Inácio deixa o caso, que passará a ser investigado apenas pela Polícia Federal, seguindo uma determinação do Superior Tribunal de Justiça.

Os ministros do STJ decidiram, por unanimidade, que compete à Justiça Federal de Sinop julgar a medida cautelar proposta pelo Ministério Público Federal contra os pilotos norte-americanos do jato Legacy, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino. Na medida cautelar, o MPF pede a permanência dos dois pilotos no Brasil para que prestem esclarecimentos no inquérito que apura as causas do acidente que vitimou 154 pessoas.

Luciano Inácio disse esta tarde ao RMT Online que tudo o que foi apurado por ele e pela Polícia Civil até o momento será entregue à justiça, assim que for comunicado oficialmente da decisão do STJ. Ele ressaltou, no entanto, que as informações levantadas por ele já foram disponibilizadas ao delegado Renato Sayão, da Polícia Federal, que também investiga o caso do acidente.

O inquérito aberto na Polícia Civil tem três volumes e 710 páginas. Constam dos documentos os interrogatórios feitos com Lepore e Paladino dias após o acidente, transcrições das conversas entre os controladores de vôo e a tripulação do Legacy, além de depoimentos de três testemunhas que viram a queda do avião da Gol. Todos esses dados serão entregues à Justiça Federal até a próxima semana.

“Ele [Sayão] vai aproveitar o que achar que deve. Meu trabalho encerra aqui”, disse Luciano Inácio, que havia até solicitado a prorrogação do prazo para concluir a investigação. Ele argumentou que o inquérito estava bem adiantado, faltando apenas analisar o resultado da perícia das caixas-pretas e ouvir os controladores de vôo que estavam em serviço no dia do acidente. “Com a perícia dos equipamentos e o depoimento dos controladores daria para fazer uma análise minuciosa”, declarou. O delegado disse que o objetivo era apurar se houve falha humana ou se aconteceu algum problema mecânico nos equipamentos, que resultaram no acidente.

Luciano Inácio afirma que a Força Aérea Brasileira não dificultou o acesso dele às informações. A não ser pela restrição às informações que constam da caixa-preta dos aviões. “Pedi acesso às informações da caixa-preta. Negaram”.

Testemunhas

O delegado revelou que três trabalhadores de uma fazenda no norte do Estado, próximo à Fazenda Jarinã, testemunharam a queda do avião da Gol. “Eles estavam em uma clareira e viram o avião da Gol desestabilizar e cair de bico”, frisou. Luciano Inácio disse também que os trabalhadores olharam para o avião coincidentemente e não porque ouviram o barulho da colisão. “Na clareira onde eles estavam, havia uma betoneira e um gerador ligados. Eles não ouviram o barulho, mas viram o Boeing perder altura”, completou o delegado.

Dois mil quilos de bagagem dos passageiros foram recolhidos do local do acidente, no norte de Mato Grosso. Todo esse material foi levado para a base da Força Aérea Brasileira na Serra do Cachimbo, no sul do Pará. “Depois esse material será restituído às famílias das vítimas”, revelou o delegado. Segundo Luciano Inácio, com relação ao Boeing, o importante era recuperar a caixa-preta e o cilindro de voz com a gravação da conversa dos pilotos. “O que interessava foi recolhido. O restante dos destroços ficará lá [na mata]”, concluiu.





Fonte: RMT-Online

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