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Nacional
Quinta - 09 de Novembro de 2006 às 19:50

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O presidente do Peru, Alan García, pediu hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que "carregue a bandeira" da integração sul-americana, mas que o faça "sem ideologias", e em favor do "bem-estar dos povos".

No início de sua primeira visita de Estado ao país desde que assumiu o cargo, há pouco mais de três meses, García afirmou que o Brasil é "um gigante generoso e bondoso", que deve liderar as iniciativas de integração na América do Sul.

Segundo o governante peruano, Lula deve "carregar a bandeira dessa integração", e "convocar o povo" para tornar real uma "união sul-americana", que depois se estenda ao resto da América Latina.

Durante um ato em que foram assinados vários acordos entre os dois países, García defendeu uma integração livre de ideologias, e baseada em temas concretos, em uma aparente alusão ao tratamento de forte caráter ideológico que alguns presidentes sul-americanos, como o venezuelano Hugo Chávez ou o boliviano Evo Morales, dão a essa questão.

O governante peruano deu como exemplo dessa integração sem ideologias o processo que envolve seu país e o Brasil, que permitiu quadruplicar o comércio nos últimos quatro anos.

Também citou a associação do Peru com o país em iniciativas de "união física", como a rodovia Interoceânica, que está em construção, e ligará o oeste do Brasil aos portos peruanos no Pacífico.

Segundo García, essas estradas farão com que o Brasil se torne "um país amazônico, mas também andino e do Pacífico", e que, por isso, decidiu convidar Lula para participar da Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec), que será realizada em Lima, em 2008.

Lula, por sua vez, sustentou que os países latino-americanos "devem entender que não existe saída individual", e que a integração é o caminho para acabar com a pobreza e o atraso na região.

O presidente brasileiro convidou García a "unir esforços" para fazer da América do Sul "uma região próspera e democrática", e a trabalhar com o Brasil para desbloquear as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), estagnadas pela resistência dos países ricos a reduzir subsídios para o setor agrícola.

Antes de suas declarações, García e Lula presenciaram a assinatura de 12 acordos de cooperação bilaterais, que abrangem as áreas social, energética, de saúde, de educação, de biotecnologia, de ciências e de defesa.

Neste último item, foi acertada a incorporação do Peru ao Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), sistema brasileiro de radares reforçado com cem aviões de combate, usados sobretudo na luta contra o narcotráfico.

O ministro da Defesa peruano, Alan Wagner, disse que seu país oferecerá três radares e um número de aviões ainda não definido quando se incorporar definitivamente ao sistema, o que deve acontecer dentro de um prazo de dois anos.

Além de Wagner, acompanharam García na sua visita ao Brasil os ministros das Relações Exteriores, José Antonio García Belaúnde; Comércio Exterior e Turismo, Mercedes Araoz; Minas e Energia, Juan Valdívia; Transporte e Comunicação, Verónica Zavala; Habitação e Saneamento, Hernán Garrido Lecca; e Trabalho, Susana Pinilla.

Após a reunião e um almoço com Lula, García foi ao Congresso, onde foi homenageado em uma sessão solene, e visitou o Supremo Tribunal Federal.

O presidente peruano e sua comitiva viajarão amanhã a São Paulo, onde participarão de um seminário com representantes do setor empresarial, e concluirão a visita ao Brasil.





Fonte: Agência Brasil

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