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Quinta - 09 de Novembro de 2006 às 10:23

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O administrador de fazendas José Vicente da Silva, acusado de participação na morte do missionário jesuíta Vicente Cañas Costa, foi absolvido pelo júri. A decisão foi anunciada na noite desta quarta-feira pelo juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara Federal, após três dias de julgamento.

O Ministério Público Federal vai recorrer da decisão e deve entrar com recurso de apelação no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, embora reconheça que há a possibilidade de haver prescrição do crime caso o TRF decida por um novo julgamento para o acusado.

O caso Vicente Cañas completa, no ano que vem, 20 anos e pode prescrever sem ser solucionado. Dos seis acusados pelo crime, José da Silva foi o segundo a ser absolvido. O ex-delegado Ronaldo Antonio Osmar também foi absolvido em julgamento realizado no fim de outubro. Dois fazendeiros denunciados como mandantes pelo Ministério Público, Pedro Chiquetti e Camilo Carlos Obici, morreram. O quarto acusado, o fazendeiro Antônio Mascarenhas Junqueira, não pode mais ser julgado porque tem mais de 70 anos e a ação contra ele já prescreveu.

O caso

O missionário jesuíta foi morto em abril de 1987, na cidade de Juína, a 737 quilômetros de Cuiabá (MT). O assassinato expôs as tensões fundiárias no oeste do estado, principalmente em relação à luta de Cañas pelas terras dos indígenas da etnia Enawenê-Nawê, um grupo quase isolado do contato com não-índios e que ainda não tinha área demarcada ou homologada. À época, os fazendeiros locais pressionavam contra a medida.





Fonte: RMT-Online

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