Saraiva Felipe nega envolvimento com sanguessugas
Com uma comissão completamente esvaziada, o ex-ministro sofreu pouca pressão, sendo questionado apenas por quatro inscritos. "Eu já tinha absoluta certeza que não tinha nada contra ele e que seu nome surgiu por um incidente", disse o relator Amir Lando (PMDB - RO). Saraiva foi investigado como deputado por suposto envolvimento com a máfia, mas seu nome foi retirado da lista pela CPI.
Sobre o baixo quórum do depoimento nesta tarde, o vice-presidente, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), voltou a fazer críticas. "Não tem como não fazer uma reflexão de que o período eleitoral provocou uma exaltação do interesse de parte da oposição e parte dos governistas", disse.
Durante o depoimento de pouco mais de uma hora, Saraiva disse que foi avisado pelo Controlador Geral da pasta sobre o esquema de venda superfaturada de ambulâncias, porém, nada pode fazer para não desmascarar a máfia. "Qualquer ação poderia dar margem a reação das pessoas que faziam o ilícito", disse.
O ex-ministro também prometeu mandar um documento ao relator com sugestões de como evitar a fraude no orçamento.
Pedidos 'não-republicanos' O ex-ministro Saraiva Felipe também confirmou nesta quarta-feira de que chegou a receber muitos pedidos "não-republicanos" de parlamentares e prefeitos, mas que nenhum deles foi efetivado. "O papel do Ministro não era liberar emendas, apenas era receber solicitações e encaminhar para a secretaria executiva", disse. Saraiva, no entanto, não quis dar o nome de ninguém específico.
Questionado sobre o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acusado de participar do esquema, Saraiva entrou em contradição com seu colega de partido. Em sua defesa no Conselho de Ética, o senador afirmou que teria encontrado com o então ministro em dezembro, data em que Saraiva disse estar de férias.
O ex-ministro confirmou que recebeu o pedido de Ney Suassuna com a transferência de verbas da saúde da Paraíba para o Rio de Janeiro. O documento foi assinado pela assessora Mônica Carvalho, segundo o senador, sem seu conhecimento. O pedido, segundo Saraiva, nunca foi atendido.
Reuniões A próxima reunião da CPI dos Sanguessugas foi marcada para o dia 14, terça-feira. Na ocasião estão marcada as votações de requerimentos. Já no próximo dia 21, também terça-feira, é a vez do depoimento dos "aloprados", Jorge Lorenzetti, Valdebran Padilha e Gedimar Passos.
Comentários