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Economia
Sexta - 08 de Março de 2013 às 22:18

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O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (8) e atingiu o menor nível ante o real em dez meses, abaixo de R$ 1,95, após novos dados sobre a inflação alimentarem apostas de que o Banco Central irá apertar a política monetária em breve, tornando o país mais atrativo para o capital estrangeiro.

O dólar rompeu o nível de R$ 1,95, considerado por muitos analistas como um piso informal imposto pelo Banco Central. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 3,1 bilhões.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,74%, a R$ 1,947, o menor valor desde 8 de maio de 2012, quando fechou a R$ 1,9387.

Na semana, a divisa tem queda de 1,75% e no mês, de 1,54%. Já no ano a desvalorização é de 4,78%.

"O Copom provavelmente aumentará os juros no futuro, então o dólar caiu", disse o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca, à Reuters.

"Com a perspectiva de subir novamente a taxa de juros, o mercado está ficando cada vez mais vendido, até o BC entrar e definir o corte de baixa", afirmou o operador da B&T Corretora Marcos Trabbold, à Reuters.

Os dados da inflação oficial de fevereiro divulgados nesta sexta-feira aumentaram as apostas do mercado de que o BC terá que elevar a taxa Selic --atualmente na mínima histórica de 7,25%-- para combater pressões inflacionárias.

Tais números também reforçam interpretações de que o real mais valorizado pode ser usado para segurar pressões sobre os preços, já que reduziria o custo de insumos e bens de capital importados.

Em resposta à divulgação dos dados, os contratos de juros futuros dispararam, somando-se ao movimento da véspera, que havia sido impulsionado pela interpretação de que o BC abriu as portas para um possível aumento dos juros no curto prazo, segundo a Reuters.

Em busca de um piso
O mercado agora questiona-se qual será o menor nível que o BC irá tolerar. Operadores começaram a ver uma banda informal de R$ 1,95 a R$ 2 depois que a autoridade monetária atuou duas vezes em fevereiro perto do limite inferior deste intervalo.

O BC, por sua vez, deixou claro que intervém para segurar oscilações bruscas. No fim do mês passado, o presidente da autarquia, Alexandre Tombini, reafirmou que o banco vai reagir a qualquer volatidade nos mercados de câmbio.

"O mercado fez um teste rompendo o chão informal, mas o Banco Central não atuou", disse o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano, acrescentando que investidores devem continuar testando o nível de R$ 1,95, apoiados em expectativa de melhora na entrada de divisas no país.

Embora o fluxo cambial --o balanço entre entrada e saída de moeda estrangeira do país-- tenha fechado negativo em US$ 105 milhões em fevereiro, o país registrou entrada líquida de US$ 3 bilhões na última semana do mês.

Segundo analistas, os números devem melhorar à medida que uma série de safras de commodities agrícolas ganham fôlego nos próximos meses.






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