Eleições americanas: problemas com máquinas de votar eletrônicas

Problemas com máquinas de votar eletrônicas que não funcionavam foram registrados nesta terça-feira, sobretudo em Ohio (norte), durante as eleições parlamentares americanas.

"As máquinas não funcionavam e eles mandavam as pessoas embora", denunciou em o advogado Fred Livingstone. "Eles não têm o direito de fazer isto".

Em outros lugares dos Estados Unidos, as máquinas de votar eletrônicas também não funcionaram, como no condado de Broward, na Flórida (sudeste), ou em Friendship Heights (Maryland, leste), no subúrbio de Washington.

Essas máquinas utilizadas em vários lugares pela primeira vez levantam preocupações e reavivam o pesadelo da eleição presidencial na Flórida em 2000.

A América vota nesta terça-feira para renovar sua Câmara de representantes e um terço de seu Senado. Cerca de 200 milhões de americanos estão aptos a votar para eleger 36 governadores.

Republicanos e democratas mobilizaram um exército de advogados e de observadores nas seções de votação para vigiar a apuração. O ministério da Justiça também mobilizou 800 advogados em todo o país.

Segundo a "Proteger as eleições", uma operação montada por várias organizações, entre elas a Associação Nacional para a promoção das pessoas de cor (NAACP), mais de 250 irregularidades foram reveladas em Ohio (norte) e entre 51 e 250 incidentes em vários outros Estados (Nova York, Califórnia, Texas, Flórida, Arizona, Michigan, Géorgia, etc).

Ainda que o site da "Proteger as eleições" não dê precisões, as irregularidades reveladas dizem respeito tanto ao funcionamento das máquinas eletrônicas quanto a problemas ligados à inscrição nas listas eleitorais.

A operação consiste em observadores que se colocam nos locais de votação e recebem pedidos dos eleitores através de uma linha telefônica especial.

Uma outra associação, a Common Cause, afirmou ter recebido nesta terça-feira milhares de pedidos de eleitores se queixando de irregularidades.

"As queixas são de todos os tipos, mas se referem sobretudo às máquinas de votar eletrônicas. Está claro que as pessoas não confiam nesses sistemas", declarou uma porta-voz da Common Cause, Mary Boyle.

Os eleitores também se queixaram de ter esperado mais de uma hora para votar ou de não terem recebido em tempo o material de voto por correspondência.

Segundo a associação, muitas queixas vêm do condado de Maricopa, no Arizona (sudoeste), um Estado onde os eleitores se submetem a um novo sistema de justificação de identidade.