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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Terça - 07 de Novembro de 2006 às 20:19

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Investidores esgotaram na hora bônus no valor de 1 bilhão de dólares vendidos para financiar a fabricação de vacinas para crianças de países em desenvolvimento. A iniciativa contou com o apoio de bancos centrais, líderes religiosos e artistas.

Houve ofertas pelo dobro da quantidade de títulos disponíveis. O projeto foi lançado pelo ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, e visa a combater doenças facilmente evitáveis como a pólio e o sarampo.

A oferta foi a primeira parte da iniciativa, o Mecanismo Financeiro Internacional para a Imunização (IFFIm), que pretende arrecadar fundos nos mercados de bônus pelos próximos dez anos.

"Vamos arrecadar mais 4 bilhões para entregar vacinas para as crianças dos países mais pobres", disse Brown no lançamento, ao lado de líderes religiosos e da rainha Rania, da Jordânia.

"Isso vai imunizar 500 milhões de crianças até 2015, salvando 10 milhões de vidas, e vai ajudar a erradicar a pólio no mundo."

Brown entregou o primeiro bônus ao cardeal Renato Martino, chefe do Conselho de Justiça e Paz do Vaticano, que o comprou em nome do papa. "A esperança do papa Bento 16 é que a participação da Igreja nesse programa ajude a inspirar outros a tomar medidas para ações concretas", disse o cardeal.

Cinco outros bônus, no valor de 1.000 euros, foram em seguida vendidos ao arcebispo de Canterbury, ao rabino-chefe Jonathan Sachs, ao Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha, ao Fórum Hindu da Grã-Bretanha e à Rede de Organizações Sikh.

Os artistas-ativistas Bono e Bob Geldof também vão comprar bônus, e o projeto conta com o apoio da Fundação Bill e Melinda Gates.

Brown afirma que são necessários novos mecanismos de financiamento para que as Metas de Desenvolvimento do Milênio, criadas pela ONU, sejam atingidas no que diz respeito à pobreza infantil. Ele defende a criação de um esquema mais amplo que possa dobrar o gasto dos países ricos em ajuda, chegando a 100 bilhões de dólares ao ano.

Mas a idéia de usar promessas de ajuda como garantia para a arrecadação de fundos vem sofrendo a oposição dos Estados Unidos, que reluta em assumir compromissos que passem de administração para administração.

Alguns grupos lobistas também manifestaram o temor de que um esquema baseado em promessas de ajuda futura apresente problemas mais para a frente. Os defensores do projeto, porém, alegam que é possível salvar mais vidas dessa maneira, especialmente com a vacinação.

A Grã-Bretanha é o país que mais contribuirá para o esquema, que conta com o apoio de cinco outros países europeus: França, Itália, Espanha, Suécia e Noruega. Brasil e África do Sul já se comprometeram a participar.

O banco Goldman Sachs, que administra a oferta junto com o Deutsche Bank, disse que as ofertas dos investidores superaram em 75 por cento os bônus ofertados.

Trinta e cinco por cento dos bônus ficaram com bancos centrais e instituições oficiais; 25 por cento ficaram com gestores de fundo, 23 por cento com fundos de pensão e 8 por cento com investidores avulsos.





Fonte: Reuters

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