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Internacional
Terça - 07 de Novembro de 2006 às 15:03

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O Panamá foi eleito na terça-feira para ocupar a cadeira rotativa latino-americana no Conselho de Segurança da ONU, encerrando o impasse que durou semanas entre a Venezuela e a Guatemala, país que contava com o apoio norte-americano.

A eleição formal do Panamá na Assembléia Geral da ONU já era esperada, já que Venezuela e Guatemala retiraram suas candidaturas na semana passada em favor do Panamá. A alternativa foi endossada pelo grupo de 35 países da América Latina e do Caribe.

O Panamá recebeu 164 votos na Assembléia Geral, mais do que os dois terços necessários, e o resultado foi recebido com ovação.

O fracasso das intenções da Venezuela de ocupar por dois anos o posto, a partir de 1o de janeiro, foi um revés para o presidente Hugo Chávez, que encarava a atuação no conselho como uma maneira de consolidar sua posição antiamericana no cenário mundial.

O líder venezuelano considerou a disputa pela vaga como uma batalha contra os esforços do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para dominar a ONU.

O embaixador da Venezuela na ONU, Francisco Javier Arias Cardenas, disse à assembléia que os países-membro "testemunharam claramente intervenções", numa referência ao lobby pró-Guatemala dos EUA.

Arias Cardenas disse que as potências aprenderam que não podem impor suas vontades. Ele disse que o embaixador norte-americano John Bolton acha que os EUA "atingem seus objetivos quando países em desenvolvimento como o nosso não obtêm um lugar no Conselho de Segurança".

O venezuelano disse, porém, que o Panamá foi uma boa opção e funcionou como "uma ponte entre a América Central e a do Sul".

Foram no total 47 rodadas frustradas de votação, e em praticamente todas a Guatemala obteve mais votos que a Venezuela, sem conseguir, entretanto, atingir os dois terços dos votos da Assembléia Geral. O Brasil apoiava a Venezuela.

O embaixador guatemalteca, Jorge Skinner-Klee, disse à assembléia que o país vai concorrer a uma vaga em 2012-2013.

"Lamentamos a polarização da campanha por razões que não emanaram de nossa própria conduta", disse Skinner-Klee. Ele afirmou que a Guatemala fez sua campanha com dignidade.

Os Estados Unidos, a Rússia, a Grã-Bretanha, a França e a China têm postos permanentes no Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto. Há outras dez vagas, preenchidas de forma rotativa para mandatos de dois anos.

Guatemala e Venezuela disputavam o posto latino-americano, que será desocupado pela Argentina no dia 31 de dezembro. O Peru continua no Conselho até o fim de 2007, junto com a República do Congo, Gana, Catar e Eslováquia.

Assumem as outras quatro vagas no início do ano que vem a África do Sul, a Indonésia, a Itália e a Bélgica, que receberam os votos necessários no dia 16 de outubro. Eles substituirão Tanzânia, Japão, Dinamarca e Grécia.





Fonte: Reuters

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