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Internacional
Terça - 07 de Novembro de 2006 às 15:01

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Um britânico que planejou ataques sincronizados na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos foi condenado nesta terça-feira à prisão perpétua e deverá servir pelo menos 40 anos da pena.

Dhiren Barot, de 34 anos, um hindu convertido ao islamismo, admitiu ser culpado de planejar assassinatos e foi sentenciado em um tribunal londrino.

Barot teria planejado, entre outros ataques, detonar uma bomba “suja” (contendo substâncias radioativas) em Londres, lançar um ataque contra o sistema de metrô da capital britânica e provocar explosões nas sedes do FMI e do Banco Mundial em Washington, nos Estados Unidos.

"Essa não era uma causa nobre", disse o juiz. "Seus planos eram para tornar realidade uma carnificina indiscriminada, um banho de sangue e um massacre primeiro em Washington, Nova York e Newark e depois na Grã-Bretanha, em uma escala colossal e sem precedentes".

"Sua intenção não era apenas causar prejuízos, pânico ou medo. Sua intenção era matar, mas foi além. (O plano) foi tramado para atingir o coração da democracia e a segurança do Estado."

Limusines

Segundo o promotor Edmund Lawson, um documento assinado por Barot encontrado no Paquistão revela que ele planejava encher limusines com cilindros de gás e detonar estes veículos em estacionamentos subterrâneos perto de instituições financeiras.

"Havia planos para a detonação de um dispositivo que espalharia radiação, mais comumente conhecido como bomba suja, o uso de um caminhão-tanque com combustível (…) e um ataque contra a rede de trens ou metrô de Londres, incluindo o expresso para o aeroporto Heathrow, e uma explosão em um trem do metrô enquanto passava por um túnel debaixo do rio Tâmisa", afirmou o promotor.

Segundo a promotoria, Barot escreveu: "Imaginem o caos que causaria uma poderosa explosão em Londres, que poderia romper o próprio rio. Isto causaria um pandemônio, com as explosões, inundações, afogamentos, etc que iriam ocorrer".

Nos Estados Unidos, além do Banco Mundial e do FMI, a sede da Bolsa de Valores de Nova York, a sede do grupo Citigroup e o edifício Prudential em Newark, Nova Jersey, também seriam alvos de seus ataques.

"Estágios finais"

Segundo Lawson, provas incontestáveis mostraram que "a conspiração estava provavelmente nos estágios finais".

Mas o advogado de defesa, Ian Macdonald, negou essa afirmação e disse que, segundo Barot, o plano de explodir as limusines era apenas "um rascunho".

Barot, da área de Kingsbury, no norte de Londres, foi descrito por promotores como um "integrante ou associado próximo" da rede Al-Qaeda.

Ele admirava os ataques nos trens de Madri e escreveu que ele queria criar "outro dia negro para os inimigos do islamismo e uma vitória para os muçulmanos", segundo o promotor Lawson.

Os planos de Barot tiveram início antes dos ataques de 11 de setembro de 2001, quando foram arquivados. Mas os aperfeiçoamentos e trabalhos no plano foram feitos até 2004, segundo o Lawson.

Barot usou identidades falsas e pelo menos um passaporte falsificado. Sua prisão teria sido resultado de uma "operação meticulosa e impressionante" da polícia, com a ajuda de informações de agências secretas britânicas, paquistanesas e americanas.

A promotoria disse que Barot recebeu seu primeiro treinamento no uso de armas e explosivos em 1995 em uma área montanhosa perto da Caxemira.





Fonte: BBC Brasil

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