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Terça - 07 de Novembro de 2006 às 09:59

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A Gazeta Municipal do último dia 06 de setembro publicou extrato do contrato n. 051/2006, assinado pelo prefeito Wilson Santos (PSDB), pelo secretário de Obras, Andelson Gil do Amaral, e pelo empresário Valúcio Rodrigues da Silva, representante da Poceron e Silva Ltda, contratada para locação de máquinas e caminhões ao município. Moderna e solidária, a prefeitura vai pagar à Poceron R$ 1,636 milhão, para o período de doze meses.

São sócios da empresa, conforme o contrato social - registrado na Junta Comercial do Estado de Mato Grosso (Jucemat) em 30 de março do ano passado - Antonio Augusto Poceron e Lucinda da Silva. Só que Lucinda é empregada doméstica, pobre – ela e o marido estão desempregados, passando grandes dificuldades -, e teve seu nome usado indevidamente para a constituição da Poceron – sua assinatura foi falsificada.

Ela soube do caso quando recebeu em sua residência, no bairro Bela Vista, uma cobrança da Receita Federal, em maio de 2005. No dia 19 daquele mês, Lucinda registrou a ocorrência na Polícia Civil. Segundo ela, o delegado que a atendeu, Valdeck Duarte, teria ficado de procura-la depois de iniciadas as investigações. Até ontem. “O delegado disse pra mim que ia atrás dessas pessoas [que abriram a firma em seu nome], só que ninguém apareceu”.

FANTASMA – Desde o dia 24 de julho deste ano, quem representa a Poceron é Valúcio Rodrigues da Silva. Antonio Augusto Poceron, passou a Valúcio procuração lavrada no Cartório do 4° Ofício Notarial. No dia 24 de agosto, Valúcio assinou o contrato com a Prefeitura de Cuiabá.

O secretário Amaral afirma que não houve qualquer pagamento. A reportagem descobriu que a empresa movimentou, só nos meses de fevereito, março, maio, junho, setembro e outubro deste ano, quase R$ 800 mil – não conseguimos confirmar se parte desse dinheiro saiu ou não dos cofres municipais. O secretário disse também que suspendeu a ordem de serviço e enviou o caso à Procuradoria do Município, para a emissão de parecer. “Se a Procuradoria apontar alguma ilegalidade, vamos cancelar o contrato”. Amaral argumentou ainda que toda a documentação apresentada por ocasião do procedimento licitatório estava regular. “Tanto que as concorrentes não impugnaram”, observou.

Entretanto, tudo indica que a empresa é fantasma. O endereço constante do contrato social - avenida Jornalista Archimedes Pereira Lima, sem número, bairro Santa Cruz -, simplesmente não existe. Moradores e comerciantes das redondezas também nunca ouviram falar da tal Poceron. De Antonio Augusto Poceron, a reportagem não achou nem o rastro – há a suspeita de que nem esteja mais entre os vivos. Quem é muito vivo nessa história é o empresário Valúcio Rodrigues da Silva. Arredio, ele não quis falar sobre o caso.





Fonte: Gazeta Digital

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