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Cidades/Geral
Terça - 07 de Novembro de 2006 às 01:58

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Há anos Tangará da Serra está mobilizada para retirar a Cadeia Pública do centro da cidade, como também a sua interdição. No mês de agosto a juíza Tatiane Colombo decretou a interdição do local, determinando que a partir do dia 15 daquele mês, nenhum preso poderia ser recebido na cadeia, mas o número de detentos no local hoje, mostra outra realidade.

Na data da interdição a Cadeia abrigava 130 presos, cerca de um mês depois o número reduziu para 75 e hoje o número voltou a subir para 103. Segundo dados da Polícia, são casos de prisões em flagrante, já que a equipe de investigação da Polícia Civil está de posse de 80 mandados de prisão, no entanto, em razão da interdição da Cadeia Pública, estão impedidos de cumprir a determinação do Judiciário. A informação é do chefe dos investigadores Jucemilson Nazário de Carvalho. Segundo ele, motivado pela falta de local onde recolher os presos, recebeu uma determinação para “segurar” o trabalho dos investigadores.

O fato está gerando na comunidade uma situação de insegurança e para os bandidos um clima de impunidade. O DS recebeu inúmeras reclamações de pessoas que foram vítimas de furtos e além de serem lesadas e passarem por uma situação constrangedora, relatam que os ladrões em Tangará estão agindo livremente sem medo de serem punidos, ou seja, serem presos.

O chefe do setor de investigação garante que apesar do trabalho de cumprir os mandados de prisão estar suspenso, os policiais civis estão trabalhando. “Infelizmente estamos com 80 mandados de prisão engavetados, mas garanto que a comunidade não precisa se sentir insegura, pois as prisões em flagrantes estão sendo efetuadas e todos os registros policiais e denúncias estão sendo investigados. Uma prova disso é o número de objetos que foram recuperados e também as prisões efetuadas, causando a superlotação da cadeia novamente”, declara Nazário.

Ele informa que os mandatos que estão em poder dos policiais mas que não podem ser cumpridos em razão da interdição da cadeia são relacionados a pessoas que praticaram os seguintes crimes: homicídio, lesão corporal grave, roubo e furto, além de mandados de busca e apreensão de adolescentes infratores.

"A cidade não pode ser penalizada com ações desse tipo, por isso os investigadores não estão de braços cruzados, ao contrário estão na rua trabalhando”, garante o chefe dos investigadores.

A equipe de reportagem do DS entrou em contato com a juíza Tatiane Colombo, responsável pela interdição da Cadeia Pública, no entanto, ela alegou que não pode se pronunciar à respeito do assunto, em razão de não ser mais a titular da 1ª Vara Crime, que trata dos assuntos relacionados a casa prisional. Não foi possível contactar o juiz responsável, em razão do mesmo estar de férias.

O diretor da Cadeia Pública de Tangará da Serra, Luiz Agostinho Dantas, apesar de confirmar a determinação do Judiciário para não receber mais presos, ele também não negou que o local continua abrigando as pessoas que são detidas pela polícia, “não temos como deixar os presos na rua, mas qualquer informação sobre o assunto deve ser obtida com o superintendente em Cuiabá”, declara.

População encarcerada para se proteger dos ladrões O crescimento da violência em Tangará da Serra resulta no encarceramento, não dos bandidos, mas da população. "A sensação é de estar preso", resume o administrador hoteleiro e pecuarista Fernado Oliveira.

Ele conta que desde que mudou para Tangará, em razão de vir de uma cidade grande adotou o sistema de alarme monitorado. “No início, achava estranho as pessoas deixarem as portas das suas residências abertas, no entanto, hoje vejo que este quadro mudou e todos os dias é noticiado que uma casa foi arrombada ou uma pessoa foi assaltada. Isso assusta, por isso somos obrigados a nos munir de segurança, para tentar intimidar os ladrões que continuam audociosos, seja com a instalação de alarme ou com um cão”, declara.

Ele diz que nunca teve a sua casa arrombada. “Adoto os cuidados necessários, mesmo quando estou em casa, está tudo fechado, pois tenho medo de que o infrator cometa alguma violência física contra a minha família. Patrimônio, o cidadão honesto consegue novamente através do trabalho, mas a família é o bem mais precioso”, analisa.

Cão também é um bom guarda A dona de casa Sirlei Baptista tem um cão de guarda no sistema de segurança de sua casa. Ele diz que o seu cão é um Pastor Alemão. “Ele é um cão confiável, indicado para a segurança territorial", observa.

A segurança atrás das grades O crescimento da insegurança da população aumenta também a altura dos muros e grades que protegem as residências. Uma senhora de 62 anos, que prefere não ser identificada, e reside no Jardim Europa diz que ao fazer a casa nova decidiu por cercá-la com grades altas, além de instalar alarmes. Conta que nunca foi roubada, mas prefere prevenir-se. "Assim, sinto-me mais segura", observa.




Fonte: Diário da Serra

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