Decisão judicial contra Fujimori sairá no início de 2007

A Procuradoria Anticorrupção do Peru previu hoje que a Justiça chilena decidirá, em primeira instância, sobre a extradição de Alberto Fujimori no final de janeiro ou nos primeiros dias de fevereiro de 2007.

Em declarações à agência oficial "Andina", o chefe da Unidade de Extradições da Procuradoria, Omar Chehade, também considerou "positivo" que o juiz chileno Orlando Álvarez tenha terminado as investigações relativas à extradição do ex-presidente peruano.

Ainda faltam a apresentação das alegações e a leitura da sentença, que deverá ser necessariamente revisada pela 2ª Vara Penal da Corte Suprema do Chile.

Chehade disse que tão logo receber a notificação chilena sobre o fim das investigações, os representantes legais do Estado peruano e a defesa de Fujimori terão 20 dias, respectivamente, para apresentar suas alegações.

Quando terminar esse período, deverão transcorrer "mais 20 dias para que o Ministério Público chileno emita sua opinião".

"O lógico é que a decisão judicial em primeira instância ocorra no final de janeiro ou nos primeiros dias de fevereiro", disse.

Além disso, revelou que as autoridades peruanas estão avaliando a possibilidade de pedir que se reverta a decisão, adotada em maio passado, de conceder liberdade condicional a Fujimori com ordem de que não saia do país.

O membro da Procuradoria disse que o órgão está analisando com seus advogados no Chile "as medidas correspondentes para tentar evitar a fuga" de Fujimori, "mas é muito cedo para falar agora da apresentação de um documento a respeito", disse.

Fujimori, que foi detido em Santiago na madrugada de 7 de novembro de 2005, horas após chegar de surpresa ao Chile, é acusado pelo Estado peruano de dois crimes de violação dos direitos humanos e dez de corrupção.

O ex-presidente renunciou ao cargo estando do Japão em 2000, após vir à tona uma rede de corrupção comandada por seu então principal assessor, Vladimiro Montesinos, que está detido na Base Naval de El Callao.