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Nacional
Segunda - 06 de Novembro de 2006 às 20:52

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Índios da tribo Terena no Mato Grosso do Sul bloqueiam a rodovia BR-163, perto de Campo Grande, desde a madrugada desta segunda-feira, para reivindicar a agilização de um processo na Justiça Federal relacionado à demarcação de terras no Estado.

A BR-163 corta o Estado de Mato Grosso do Sul e é uma das mais importantes ligações entre os Estados do Centro-Oeste/ Norte brasileiro e os portos de exportação de grãos no sul do país.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal e a Funai (Fundação Nacional do Índio), cerca de 240 índios bloqueiam a estrada nos dois sentidos utilizando troncos e pneus.

A assessoria de imprensa da polícia informou que há vários quilômetros de congestionamento em ambos os sentidos da BR-163.

"É uma rodovia importante para o fluxo de cargas não apenas do agronegócio, mas para toda a sociedade. Nessa época de safra sobe muito insumo para o Mato Grosso pela estrada", disse o presidente da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da CNA (Confederação Brasileira de Agricultura e Pecuária), Léo Brito.

Brito, ex-presidente da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), disse que ainda é cedo para calcular eventuais prejuízos.

"Nesse país, infelizmente essas são as formas de se reivindicar... Estamos aguardando...", disse ele.

Em meados deste ano, os produtores de grãos do Centro-Oeste realizaram vários bloqueios de estradas para chamar a atenção do governo federal à crise do agronegócio.

REIVINDICAÇÃO

Os índios marcaram uma reunião ainda nesta segunda-feira com o Ministério Público Federal para pressionar por uma decisão judicial sobre as Terras do Buriti, localizadas em Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, ao sul/sudoeste de Campo Grande.

Eles argumentam que já passou o prazo dado pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 3a Região para o anúncio de uma sentença sobre as terras. Dizem que estudos antropológicos comprovam que as terras hoje ocupadas por fazendas são indígenas.

"Os índios querem a retomada de suas terras", disse o chefe do setor de Patrimônio da Funai de Campo Grande, Alexandro Pinto.

Nas terras próximas às áreas reivindicadas vivem hoje entre 3.800 e 4.000 índios.

Os índios não estipularam uma data para encerrar o protesto, mas, segundo o representante da Funai, há uma expectativa de que a reunião com integrantes do Ministério Público Federal facilite os entendimentos para o fim da manifestação.





Fonte: Reuters

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