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Policia MT
Sexta - 08 de Março de 2013 às 10:56

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Jardel P. Arruda - OD

O delegado Richard Damasceno, plantonista que atendeu a ocorrência do confronto entre policiais e estudantes da UFMT na quarta-feira (6), acredita que a atuação da Polícia Militar, foi no mínimo infeliz. Na ocasião, seis alunos foram presos e mais de dez precisaram ser atendidos com ferimentos causados pelo combate.

“A polícia podia ter usado de outros métodos. Em uma situação como essa, é preciso começar a ação de outra forma. Tiros é a última ferramenta. Antes é preciso usar bombas de efeito moral e gás de pimenta”, disse o delegado, em entrevista exclusiva ao Olhar Direto. 

Contudo, ele ainda considera muito cedo para dizer que houve excesso de força por parte da Polícia Militar, pois seria necessário analisar a questão como um todo. “É preciso saber se eles tinham ou não bombas de efeito moral, se tinham gás de pimenta”, disse. “Mas também é preciso saber se a ação foi proporcional. Talvez um tiro tenha sido necessário, mas dez seriam?”, completou.

Richard Damasceno atendeu o caso como delegado plantonista e elaborou um termo circunstanciado da suposta agressão dos alunos aos policiais, pois alguns PMs foram atingidos com pedradas, mas afirma que o foco foi em recolher provas para a apuração de um possível abuso dos policiais militares. 

“Colhi o máximo de provas possíveis. Os vídeos que já estão na internet também deverão integrar os autos no futuro. Essa foi a maior preocupação”, explicou. “E tem que haver essa apuração, até para não manchar a imagem de toda Polícia por conta de meia dúzia de policiais que podem ter agido de forma errada”, disse.

Como Richard estava na condição de plantonista, o inquérito policial sobre o confronto entre os policiais e os estudantes deverá ser presidido por outro delegado. 

O confronto entre a os policiais e os estudantes aconteceu na tarde de quarta-feira, no cruzamento entre a avenida Fernando Correa e a Rua 1 do Boa Esperança, quando os policias da Rotan tentaram dispersar o protesto dos estudantes contra a decisão da Reitoria da UFMT de supostamente despejar 50 alunos da Casa do Estudante Universitário.

A PM alega ter revidado porque os alunos não queriam liberar o fluxo de veículos, impedindo ambulâncias de transitarem por lá. Contudo, dezenas de testemunhas presentes contam um versão diferente. Os policiais teriam dado 15 minutos para os estudantes liberarem as ruas, mas devido a negativa dos manifestantes teriam começado a atirar a queima-roupa contra os alunos.

Um total de seis alunos foi preso e pelo menos 10 foram parar no Ponto-Socorro para serem atendidos devido a ferimentos dos disparos de bala de borracha. Entre os próprios alunos presos estavam alguns dos mais feridos, tendo um deles sofrido 14 ferimentos de disparos, todos na região esquerda do tórax.






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