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Abalado, Saddam é condenado à morte por enforcamento
Visivelmente abalado, Saddam Hussein foi considerado culpado por crimes contra a humanidade neste domingo e condenado à forca, durante sessão de tribunal patrocinada pelos Estados Unidos em que o ex-ditador vinha sendo julgado há um ano.
Outros dois assessores, incluindo seu meio-irmão Barzan al-Tikriti, também serão enforcados se a apelação automática fracassar. Seu ex-vice-presidente foi condenado à prisão perpétua e outras três autoridades do Partido Baath receberam penas de cadeia.
Pouco depois da leitura do veredicto na corte, sob forte segurança, em Bagdá eclodiram confrontos entres homens armados e tropas dos EUA e iraquianas em dois bairros muçulmanos sunitas da capital.
Em contraste, os xiitas, maioria que agora domina o Iraque, saíram às ruas gritando de alegria com a provável execução do árabe sunita que os oprimiu durante três décadas.
As reações demonstram as profundas divisões no Iraque, mais de três anos depois da invasão liderada pelos EUA.
A defesa de Saddam disse que a data do veredicto foi programada para ajudar os republicanos, do partido do presidente George W. Bush, na eleição para o Congresso nesta terça-feira. Pediu também adiamento para evitar que a sentença provoque derramamento de sangue "nas próximas gerações".
O embaixador norte-americano Zalmay Khalilzad disse que "fechar o livro de Saddam e do seu regime" é uma chance para os iraquianos se unirem. A corte foi estabelecida por autoridades da ocupação dos EUA que resistiram aos pedidos por envio a um tribunal internacional, dizendo que os iraquianos deveriam ter o controle.
Mas a piora da violência sectária acabou com as esperanças de que o tribunal representasse uma força de união.
"MERECIDO"
"Isso é o mínimo que Saddam merece", disse Ali al-Dabbagh, porta-voz do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, xiita.
No começo, o presidente afastado de 69 anos justificou as mortes e a tortura de oponentes xiitas e se recusou a participar do júri. Depois ele se levantou, tremendo, para ouvir a sentença.
Enquanto o juiz-chefe Raouf Abdul Rahman falava, Saddam, com as mãos para trás, quase conseguiu abafá-lo aos gritos de "Allahu Akbar!" (Deus é grande) e "Vida Longa ao Iraque!"
"O tribunal decidiu sentenciar Saddam Hussein al-Majid a ser enforcado até a morte, por seus crimes contra a humanidade", disse o juiz, ignorando o apelo feito por Saddam por uso de esquadrão militar de fuzilamento.
Abdul Rahman, advertido por advogados de defesa, retirou do tribunal um dos guardas que estavam ao redor de Saddam, por mascar chiclete e aparentemente rir do homem condenado.
Depois de mais de um ano de procedimentos do caso relativo às mortes de mais de 148 homens xiitas na cidade de Dujail, havia pouco mais a ser dito.
Saddam e o outro acusado foram levados por guardas depois de ouvir a sentença.
Abdul Rahman encerrou os procedimentos 45 minutos depois.
A equipe de Saddam, que disse que a corte era uma vergonha, classificou o veredicto é uma "gozação da Justiça".
CELEBRAÇÕES
Foram ouvidos tiros de comemoração em Bagdá, principalmente em regiões xiitas.
A polícia disse que uma mulher foi morta e dez pessoas ficaram feridas por balas disparadas para o ar. Quando os filhos de Saddam foram mortos em uma ação dos EUA em julho de 2003, dezenas de pessoas foram feridas por tiros de comemoração, uma tradição árabe.
Maliki pediu calma nas celebrações, mas disse também que Saddam deve receber "o que merece". A televisão estatal mostrou imagens de pessoas comemorando nas ruas, intercaladas com imagens de covas coletivas e assassinatos da época de Saddam.
Já o principal canal sunita de Bagdá transmitiu uma novela.
O governo de Maliki foi criticado por interferir no caso — principalmente pelo primeiro juiz, que se demitiu. A primeira ação de Abdul Rahman na corte neste domingo foi retirar o ex-secretário de Justiça dos EUA Ramsey Clark, que enviou-lhe um bilhete classificando o julgamento de "gozação da Justiça".
A Alta Corte Iraquiana também condenou à morte Awad Hamed al-Bander, ex-juiz chefe da Corte Revolucionária de Saddam, e o meio-irmão e chefe da inteligência do regime do presidente afastado, Barzan Ibrahim al-Tikriti. O ex-vice-presidente do Iraque Taha Yassin Ramadan foi condenado à prisão perpétua.
Quatro autoridades menos graduadas do Partido Baath de Dujail foram inocentadas por falta de evidências.
As acusações foram relacionadas à retaliação contra centenas de pessoas de Dujail, depois de uma tentativa de assassinato de Saddam na cidade, em 1982.
Malcolm Smart, do grupo de direitos Anistia Internacional, disse. "Não consideramos um processo justo."
Outros dois assessores, incluindo seu meio-irmão Barzan al-Tikriti, também serão enforcados se a apelação automática fracassar. Seu ex-vice-presidente foi condenado à prisão perpétua e outras três autoridades do Partido Baath receberam penas de cadeia.
Pouco depois da leitura do veredicto na corte, sob forte segurança, em Bagdá eclodiram confrontos entres homens armados e tropas dos EUA e iraquianas em dois bairros muçulmanos sunitas da capital.
Em contraste, os xiitas, maioria que agora domina o Iraque, saíram às ruas gritando de alegria com a provável execução do árabe sunita que os oprimiu durante três décadas.
As reações demonstram as profundas divisões no Iraque, mais de três anos depois da invasão liderada pelos EUA.
A defesa de Saddam disse que a data do veredicto foi programada para ajudar os republicanos, do partido do presidente George W. Bush, na eleição para o Congresso nesta terça-feira. Pediu também adiamento para evitar que a sentença provoque derramamento de sangue "nas próximas gerações".
O embaixador norte-americano Zalmay Khalilzad disse que "fechar o livro de Saddam e do seu regime" é uma chance para os iraquianos se unirem. A corte foi estabelecida por autoridades da ocupação dos EUA que resistiram aos pedidos por envio a um tribunal internacional, dizendo que os iraquianos deveriam ter o controle.
Mas a piora da violência sectária acabou com as esperanças de que o tribunal representasse uma força de união.
"MERECIDO"
"Isso é o mínimo que Saddam merece", disse Ali al-Dabbagh, porta-voz do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, xiita.
No começo, o presidente afastado de 69 anos justificou as mortes e a tortura de oponentes xiitas e se recusou a participar do júri. Depois ele se levantou, tremendo, para ouvir a sentença.
Enquanto o juiz-chefe Raouf Abdul Rahman falava, Saddam, com as mãos para trás, quase conseguiu abafá-lo aos gritos de "Allahu Akbar!" (Deus é grande) e "Vida Longa ao Iraque!"
"O tribunal decidiu sentenciar Saddam Hussein al-Majid a ser enforcado até a morte, por seus crimes contra a humanidade", disse o juiz, ignorando o apelo feito por Saddam por uso de esquadrão militar de fuzilamento.
Abdul Rahman, advertido por advogados de defesa, retirou do tribunal um dos guardas que estavam ao redor de Saddam, por mascar chiclete e aparentemente rir do homem condenado.
Depois de mais de um ano de procedimentos do caso relativo às mortes de mais de 148 homens xiitas na cidade de Dujail, havia pouco mais a ser dito.
Saddam e o outro acusado foram levados por guardas depois de ouvir a sentença.
Abdul Rahman encerrou os procedimentos 45 minutos depois.
A equipe de Saddam, que disse que a corte era uma vergonha, classificou o veredicto é uma "gozação da Justiça".
CELEBRAÇÕES
Foram ouvidos tiros de comemoração em Bagdá, principalmente em regiões xiitas.
A polícia disse que uma mulher foi morta e dez pessoas ficaram feridas por balas disparadas para o ar. Quando os filhos de Saddam foram mortos em uma ação dos EUA em julho de 2003, dezenas de pessoas foram feridas por tiros de comemoração, uma tradição árabe.
Maliki pediu calma nas celebrações, mas disse também que Saddam deve receber "o que merece". A televisão estatal mostrou imagens de pessoas comemorando nas ruas, intercaladas com imagens de covas coletivas e assassinatos da época de Saddam.
Já o principal canal sunita de Bagdá transmitiu uma novela.
O governo de Maliki foi criticado por interferir no caso — principalmente pelo primeiro juiz, que se demitiu. A primeira ação de Abdul Rahman na corte neste domingo foi retirar o ex-secretário de Justiça dos EUA Ramsey Clark, que enviou-lhe um bilhete classificando o julgamento de "gozação da Justiça".
A Alta Corte Iraquiana também condenou à morte Awad Hamed al-Bander, ex-juiz chefe da Corte Revolucionária de Saddam, e o meio-irmão e chefe da inteligência do regime do presidente afastado, Barzan Ibrahim al-Tikriti. O ex-vice-presidente do Iraque Taha Yassin Ramadan foi condenado à prisão perpétua.
Quatro autoridades menos graduadas do Partido Baath de Dujail foram inocentadas por falta de evidências.
As acusações foram relacionadas à retaliação contra centenas de pessoas de Dujail, depois de uma tentativa de assassinato de Saddam na cidade, em 1982.
Malcolm Smart, do grupo de direitos Anistia Internacional, disse. "Não consideramos um processo justo."
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/263093/visualizar/
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