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Economia
Domingo - 05 de Novembro de 2006 às 10:20

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O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, destacou durante a 16ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, aberta na noite de sexta-feira (3), que a única solução para os problemas de migração é "promover o desenvolvimento de forma equilibrada, o que implica transformar países e regiões socialmente deprimidas em áreas de prosperidade, com mais empregos e oportunidades".

E a presidente chilena, Michelle Bachelet, ressaltou em seu discurso que "é imprescindível que se promova o desenvolvimento econômico da região por meio da geração de postos de trabalho, para que haja uma distribuição de renda mais igualitária, o que afeta nao só os migrantes, mas a população em geral".

Já para o representante paraguaio do Cefir (Centro de Informação para a Integração Regional), Victor Hugo Peña, a solução apontada pelo chanceler brasileiro e pelos demais representantes governamentais é "um objetivo ideal que só pode ser alcançado a longo prazo". Ele afirmou que enquanto houver uma ampla diferença salarial entre países desenvolvidos e os países latino-americanos, em vias de desenvolvimento, não será possível frear a migração. E lembrou que atualmente 50 milhões de latino-americanos vivem foram da região.

No documento elaborado durante o encontro por mais de 4 mil organizações sociais de países ibéricos e americanos, o destaque é a necessidade de respeito aos direitos humanos dos migrantes, de combater a criminalização de migrantes irregulares, bem como de buscar acordos bilaterais, regionais e multilaterais para a governabilidade migratória.

Eles acrescentaram que o dinheiro enviado pelos migrantes a seus países de origem não deve ser considerado parte da ajuda oficial ao desenvolvimento proporcionada pelos países mais ricos, mas como um dinheiro privado.

A argentina Suzana Stilman, ativista da Marcha Mundial de Mulheres, ressaltou a crescente feminização dos movimentos migratórios elas representam quase metade dos migrantes em todo o mundo.

"A Espanha, que participa desta Cúpula com a presença do rei e do primeiro-ministro, tem uma grande responsabilidade de ajudar nesta questão das mulheres, visto que 80% das migrantes são vítimas do tráfico sexual, muitas delas nesse país ibérico", disse a argentina.

Segundo o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, "o objetivo primário desta Cúpula é conseguir que o fluxo de migração se realize de maneira ordenada, para que entre outros problemas não ocorra o tráfico ilegal de pessoas".

O secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, acrescentou que "os migrantes nao devem ser vistos como um peso para os países desenvolvidos" e assumiu ser pessoalmente contrário ao muro que os Estados Unidos constróem na fronteira com o México.

Para o presidente boliviano Evo Morales, "muros, deportações e a criminalização dos migrantes irregulares são uma violência contra os povos latino-americanos".





Fonte: Agência Brasil

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