Mapa indica 50 pontos de alagamento na Tijuca
O marco foi a tempestade que atingiu o Rio em 27 de janeiro, onde 13 pessoas morreram. Após as fortes chuvas, alunos do curso de graduação saíram às ruas e entrevistaram 632 moradores na região. No retrato do caos, há pontos em que o nível da água fica acima de 1 metro. Na Tijuca, são as ruas Mariz e Barros, Doutor Satamini e Joaquim Palhares e a Avenida Francisco Bicalho, da saída da Linha Vermelha até os elevados.
Escolas em risco Inundações invadem casas e paralisam o trânsito também nas avenidas Maracanã e Professor Manuel de Abreu e ruas Professor Eurico Rabelo e Mata Machado, no Maracanã. De 34 escolas localizadas no mapa, 11 estão em área em que a água beira um metro.
O sufoco para chegar à faculdade em dias de fortes chuvas fez a pesquisadora a mergulhar na busca de explicações sobre o fenômeno. "Cansei de ficar ilhada pelas enchentes. O mapa dá uma visão geral e não apenas pontual do que acontece nessas horas. Com ele, pode-se pensar em caminhos alternativos para o trânsito", sugere.
Os relatos da comunidade foram comparados com os perfis topográficos da região, com base em dados do Instituto Pereira Passos, da Prefeitura do Rio. O estudo mostra que a Praça Afonso Pena vira uma piscina porque está abaixo do nível das ruas em volta. Na avenida Heitor Beltrão, o nível da rua sai de sete metros para três metros acima do nível do mar, próximo à rua Mariz e Barros.
Sem rotina No trecho do mapa que mostra Tijuca, Maracanã, Vila Isabel e Praça da Bandeira, em 13 há pontos onde a água passa de 1 metro de altura. A moradora Helena Maria Faustino, 54 anos, da rua Duque de Caxias, em Vila Isabel, reclama da falta de bueiros - só há um em toda a rua - e do esgoto jogado no rio dos Cachorros, que passa embaixo da calçada de seu prédio.
"A água vem do (Boulevard) 28 de Setembro e da rua Torres Homem e o bueiro não dá vazão", descreve.
Para a geógrafa Fernanda, o Rio Cidade na Tijuca amenizou as enchentes, com o aumento das galerias pluviais. "Mas as águas vão para canais que não são limpos freqüentemente. As ações não são preventivas", ressalta.
Lixo, ligações clandestinas de esgoto e desmatamento são agravantes da situação. Rio-Águas afirmou que realiza todo ano o Programa de Conservação de Rios e Canais para prevenir enchentes. De 2001 a 2006, foram investidos R$ 30 milhões. E que mês passado, já está em vigor o Plano Verão, com ações de vários órgãos contra inundações.
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