A Renault do Brasil inaugura, no próximo dia 20, a ampliação de sua fábrica em São José dos Pinhais (PR). Com 2,5 milhões de metros quadrados, o Complexo Ayrton Senna, onde fica localizada a fábrica, recebeu investimentos de R$ 1,5 bilhão, na ampliação da fábrica de veículos de passeio e na construção de um novo galpão de preparação logística que permitiu a ampliação das linhas de montagem a ponto de aumentar a capacidade produtiva da empresa em 100 mil veículos por ano, saltando dos atuais 280 mil veículos produzidos em 2012 para 380 mil previstos para este ano.

 

Apesar de a inauguração estar prevista para o dia 20, grande parte da nova fábrica já está em funcionamento. Na unidade de veículos de passeio, onde são produzidos os automóveis Sandero, Sandero Stepway, Logan e Duster, a capacidade produtiva já foi ampliada de 40 para 53 carros por hora. Quando concluída a ampliação, a unidade fabricará 60 carros por hora.

 

Toda essa corrida para utilizar o máximo da capacidade produtiva da fábrica o quanto antes tem uma justificativa: recuperar o tempo perdido. Por conta das obras de ampliação, a Renault do Brasil fechou a fábrica por oito semanas, entre janeiro e fevereiro, deixando de produzir 40 mil veículos, atrasando entregas e perdendo espaço no mercado brasileiro. “Nossa missão deste ano é fazer 12 meses em 10. Estamos com 5,5% do mercado brasileiro, em queda (de 0,3 ponto percentual), previsível por causa da paralisação. Mas pretendemos crescer já em março e tomar velocidade de cruzeiro a partir de abril”, explicou o presidente da companhia, Olivier Murgue, sem informar o prejuízo contabilizado pela empresa neste período de obras.

 

Além dos 350 mil veículos de passeio, a Renault do Brasil terá capacidade para produzir 70 mil utilitários, em parceira com a Nissan, e 500 mil motores por ano, sendo que 40% destes, para exportação. “Construímos uma nova fábrica dentro da fábrica. É um projeto brasileiro, feito por brasileiros e jamais realizado em outra planta do mundo”, elogiou o presidente, lembrando também que o Brasil é o único local em que a Renault consegue produzir diferentes modelos de veículos em uma mesma linha de montagem.

 

E o ramo dos utilitários parece ser a aposta da Renault, que lança, no dia 18, o Novo Renault Master, para recuperar mercado no Brasil. “Acreditamos que o marcado, apesar das incertezas, deve crescer em torno de 3% neste ano. E nós queremos crescer acima disso. Para isso, além da ampliação da nossa capacidade de produção, estamos investindo em 40 novos pontos de venda em todo o País. Uma das apostas é o mercado de utilitários que, enquanto o mercado teve queda de 8,8%, nós crescemos 24,5%”, disse o diretor comercial da empresa, Gustavo Schmidt.

 

Fabricando peças também para a Romênia, Polônia, Argentina e África do Sul, a estamparia da fábrica foi uma das áreas que mais se desenvolveu com a ampliação, recebendo 64 novos robôs e 190 novas pinças para a produção. Ao todo, a ampliação da fábrica gerou mil novos empregos, fazendo com que a Renault mantenha mais de sete mil funcionários em São José dos Pinhais.