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Internacional
Sexta - 03 de Novembro de 2006 às 15:55

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Soldados do Exército israelense mataram hoje duas mulheres e feriram outras quinze ao abrir fogo sobre um grupo com cerca de duzentas manifestantes em Beit Hanun, no terceiro dia da invasão israelense a esta localidade.

Segundo fontes do hospital Shifa, as mortas são Raia Abu Auda, de 40 anos, e Anam Salem, de 35 anos. Pelo menos quinze mulheres ficaram feridas pelos disparos israelenses.

O Exército israelense afirmou que dispararam contra palestinos armados que estavam junto das mulheres, versão rejeitada pelas fontes palestinas, que negaram também as afirmações do Exército que as mulheres serviram como escudos humanos para dezenas de milicianos escondidos na mesquita de An Nasser e que conseguiram fugir apesar de estarem cercados por tropas israelenses.

Em comunicado, as Brigadas de Azedin al Kasam, braço armado do Hamas, anunciaram que tinham realizado uma "complicada operação" para conseguir tirar com sucesso cerca de cinqüenta milicianos do templo muçulmano cercado.

Segundo o documento, distribuído hoje em Gaza, militantes palestinos simularam um ataque para distrair os soldados israelenses que rodeavam a mesquita, permitindo àqueles que estavam em seu interior escapar pelos edifícios adjacentes.

As fontes informaram que a manifestação de mulheres, organizada também pelo movimento Hamas, que domina a localidade de Beit Hanun, aconteceu depois que os milicianos palestinos saíram da mesquita e quando os soldados israelenses estavam dispostos a derrubar o prédio.

Fontes palestinas informaram que a derrubada de parte do imóvel ocorrida antes da saída dos milicianos não causou vítimas mortais, mas sim feridos entre os palestinos.

O doutor Maaouya Hasanain, porta-voz do hospital Shifa da Cidade de Gaza, afirmou hoje que nas últimas 48 horas o Exército israelense matou 30 palestinos e feriu mais de 150 no norte da Faixa de Gaza.

Os soldados israelenses ocuparam toda a cidade e tomaram posições em casas no centro.

Moradores da região, de mais de 20 mil habitantes, afirmaram que o Exército impôs um toque de recolher e ordenou que todos os homens de 16 a 45 anos se concentrassem em uma escola da localidade. Pelo menos 100 pessoas teriam sido detidas.

Um militar israelense citado pela rádio disse que é uma operação em grande escala que continuará pelo tempo que for necessário.

Durante o dia de hoje o número de palestinos mortos em Gaza foi de pelo menos onze.

O último foi Mahmoud Sabah, de 23 anos que foi atingido pelas lascas de um projétil explosivo, ao leste da aldeia de Jabalya, no norte da Faixa de Gaza, lançado pelas forças aéreas israelenses.

Sua morte aconteceu após as de Fadi Abi Auda, de 16 anos, e de Ahmed Hamadin, de 24 anos, na mesma tarde por disparos de soldados israelenses na cidade de Beit Hanun. Também morreram hoje na cidade nas mesmas circunstâncias Ahmed Sahauil e Hamsa Karsua.

Esta madrugada, em outro ataque aéreo, morreram Amar Mushtaha, de 30 anos; Tamer Hilis, de 23 anos, e Mohammed Farahat, também de 23 anos, quando o carro em que viajavam pela rua Bagdá, no bairro de Shiyaiya, ao leste da Cidade de Gaza, foi atingido por um míssil.

Pouco antes tinha morrido em conseqüência dos ferimentos o menino Bara Fayad, de 4 anos, filho de Riyad Fayad, de 42 anos, morto horas antes pelo impacto de um míssil israelense contra sua casa em Beit Hanun, ataque que também deixou feridos sua mulher e seus outros quatro filhos.





Fonte: EFE

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