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Uruguai pede a Brasil que discuta crise com Argentina no Mercosul
O chanceler do Uruguai, Reinaldo Gargano, pediu ao Brasil que a polêmica com a Argentina devido à instalação de fábricas de celulose na fronteira dos dois países seja tratada na próxima reunião de ministros do Mercosul, que antecede a cúpula do bloco.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal "Clarín", de Buenos Aires, Gargano disse que o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, não pediu uma "mediação" a Luiz Inácio Lula da Silva, mas sim que o assunto "volte a ser debatido" no Mercosul, presidido este semestre pelo Brasil.
"Pessoalmente, eu pedi ao chanceler brasileiro, Celso Amorim, tanto por carta como verbalmente, que o assunto seja colocado na agenda da próxima reunião do Conselho do Mercosul. Ele nos respondeu dizendo que iria consultar os outros membros", afirmou.
Segundo a agenda provisória do bloco, a reunião do conselho (chanceleres e ministros da Economia) será realizada em 14 de dezembro, em Brasília, um dia antes da cúpula.
Argentina e Uruguai estão em conflito diplomático há meses devido à instalação de duas fábricas de celulose, uma da finlandesa Botnia e outra da espanhola Ence, em território uruguaio, na margem do rio que divide os dois países. Os argentinos consideram os projetos poluentes.
O Governo argentino de Néstor Kirchner processou o Uruguai na Corte Internacional de Justiça de Haia por entender que seu vizinho violou um tratado bilateral que regulamenta a administração compartilhada do rio Uruguai.
O chanceler argentino, Jorge Taiana, enviou na quarta-feira uma carta a Gargano na qual acusou o Uruguai de agravar ainda mais a já tensa relação bilateral, ao estender uma autorização sem consultar a Argentina para que a Botnia extraia grandes volumes de água do rio.
"A nota afirma que há um decreto do Ministério de Transporte e Obras Públicas do Uruguai que autoriza a Botnia a usar água do rio Uruguai e considera que isso foi feito à margem da Comissão Administrativa do Rio Uruguai. Para mim, parece muito raro que (a parte uruguaia da Comissão) tenha errado (ao não informar)", disse.
O chanceler uruguaio disse que não acredita que isto agravará o conflito, pois "a fábrica não está em funcionamento e a extração de água deve ser feita como um mecanismo de teste de como tirar água para que ela chegue à fábrica".
"Para mim, em política tem que haver bom senso", acrescentou.
Gargano considerou que ainda não é o momento para uma nova reunião entre Vázquez e Kirchner, que hoje estarão em Montevidéu para a Cúpula Ibero-Americana.
"É melhor que os chanceleres preparem mais o que os presidentes devem falar", afirmou, reiterando que é preciso acertar alguns detalhes antes de retomar o diálogo.
O chanceler uruguaio disse que o Governo argentino deveria "convencer" os moradores da cidade argentina de Gualeguaychú, que lideram os protestos contra as fábricas de celulose, para não bloquearem as passagens fronteiriças rumo ao Uruguai.
"Meu país está disposto a continuar dialogando e monitorar de forma conjunta. O que não será entregue é a soberania nacional; ou seja, a fábrica que está sendo construída", assegurou Gargano.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal "Clarín", de Buenos Aires, Gargano disse que o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, não pediu uma "mediação" a Luiz Inácio Lula da Silva, mas sim que o assunto "volte a ser debatido" no Mercosul, presidido este semestre pelo Brasil.
"Pessoalmente, eu pedi ao chanceler brasileiro, Celso Amorim, tanto por carta como verbalmente, que o assunto seja colocado na agenda da próxima reunião do Conselho do Mercosul. Ele nos respondeu dizendo que iria consultar os outros membros", afirmou.
Segundo a agenda provisória do bloco, a reunião do conselho (chanceleres e ministros da Economia) será realizada em 14 de dezembro, em Brasília, um dia antes da cúpula.
Argentina e Uruguai estão em conflito diplomático há meses devido à instalação de duas fábricas de celulose, uma da finlandesa Botnia e outra da espanhola Ence, em território uruguaio, na margem do rio que divide os dois países. Os argentinos consideram os projetos poluentes.
O Governo argentino de Néstor Kirchner processou o Uruguai na Corte Internacional de Justiça de Haia por entender que seu vizinho violou um tratado bilateral que regulamenta a administração compartilhada do rio Uruguai.
O chanceler argentino, Jorge Taiana, enviou na quarta-feira uma carta a Gargano na qual acusou o Uruguai de agravar ainda mais a já tensa relação bilateral, ao estender uma autorização sem consultar a Argentina para que a Botnia extraia grandes volumes de água do rio.
"A nota afirma que há um decreto do Ministério de Transporte e Obras Públicas do Uruguai que autoriza a Botnia a usar água do rio Uruguai e considera que isso foi feito à margem da Comissão Administrativa do Rio Uruguai. Para mim, parece muito raro que (a parte uruguaia da Comissão) tenha errado (ao não informar)", disse.
O chanceler uruguaio disse que não acredita que isto agravará o conflito, pois "a fábrica não está em funcionamento e a extração de água deve ser feita como um mecanismo de teste de como tirar água para que ela chegue à fábrica".
"Para mim, em política tem que haver bom senso", acrescentou.
Gargano considerou que ainda não é o momento para uma nova reunião entre Vázquez e Kirchner, que hoje estarão em Montevidéu para a Cúpula Ibero-Americana.
"É melhor que os chanceleres preparem mais o que os presidentes devem falar", afirmou, reiterando que é preciso acertar alguns detalhes antes de retomar o diálogo.
O chanceler uruguaio disse que o Governo argentino deveria "convencer" os moradores da cidade argentina de Gualeguaychú, que lideram os protestos contra as fábricas de celulose, para não bloquearem as passagens fronteiriças rumo ao Uruguai.
"Meu país está disposto a continuar dialogando e monitorar de forma conjunta. O que não será entregue é a soberania nacional; ou seja, a fábrica que está sendo construída", assegurou Gargano.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/263509/visualizar/
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