Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Sexta - 03 de Novembro de 2006 às 08:21

    Imprimir


O americano Joe Lepore, piloto do Legacy da ExcelAire que se chocou com o Boeing da Gol no último dia 29 de setembro e provocou a morte de 154 pessoas, afirmou em seus depoimentos à polícia e à Aeronáutica que foi autorizado pela torre de controle de vôo de São José dos Campos (SP) a voar a 37 mil pés de altitude.

De acordo com uma fonte que acompanhou alguns dos depoimentos de Lepore --e que pediu para não ter o nome revelado--, o piloto manifestou surpresa quando questionado por que o Legacy voava em rota de colisão com a aeronave da Gol, apesar de o plano de vôo original determinar que o jato executivo deveria baixar a 36 mil pés ao passar por Brasília.

Para Lepore, não havia motivos para desobedecer a orientação recebida do controle de São José dos Campos. A análise da caixa-preta do Legacy revelou diálogo em que um controlador da torre de São José autoriza o americano a voar a 37 mil pés "até o aeroporto Eduardo Gomes [Manaus]". Depois de Brasília, essa altitude se torna "contramão".

Segundo um piloto aposentado especialista em segurança de vôo, o diálogo revela que o plano de vôo original foi desconsiderado pela autoridade aérea. Segundo ele, Lepore agiu corretamente ao desconsiderar o plano e respeitar a orientação dada pela torre de São José.

O plano original previa que o Legacy deveria voar a 37 mil pés até Brasília, abaixar para 36 mil pés e depois subir até 38 mil pés após um ponto conhecido como Teres.

O plano de vôo é um documento feito pelo próprio piloto ou então por um profissional chamado despachante operacional de vôo. Além da rota e altitude que o avião deve seguir, traz informações sobre manutenção da aeronave e número de passageiros.

Os aviões que decolam do aeroporto de São José dos Campos têm seus planos de vôo analisados pelo Centro de Controle de Área de Brasília, que os aprova ou não dependendo do tráfego aéreo da região.

Após fazer a avaliação, o centro Brasília devolve o plano de vôo para a torre de São José, que apenas repassa a autorização de decolagem ao piloto, além de informar possíveis alterações, como na altitude. Isso significa que o erro pode ter origem em Brasília.

Após receber a autorização de decolagem, procedimento conhecido como "clearance", o piloto ainda realiza um procedimento chamado "cotejamento", em que repete ao controlador todas as informações do plano de vôo que lhe foram repassadas, para verificar se a mensagem foi compreendida sem falhas de comunicação.





Fonte: 24HorasNews

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/263577/visualizar/