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Internacional
Quinta - 02 de Novembro de 2006 às 23:27

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A Nicarágua inicia hoje "o silêncio eleitoral", período de 72 horas que antecipa a votação de domingo no qual não é feita campanha e a mídia fica à disposição do Conselho Supremo Eleitoral.

A campanha eleitoral, que começou no dia 19 de agosto, terminou na noite de quarta-feira com diversas atividades, inclusive carreatas em Manágua, atividade utilizada pela maioria dos cinco candidatos que concorrem nestas eleições.

O candidato da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), Daniel Ortega, liderou nesta quarta-feira uma caravana que encerrou sua campanha, cruzando a capital do oeste ao centro da cidade.

Ortega, que lidera as pesquisas de intenções de votos, mostrou-se confiante na vitória. Ao mesmo tempo, acredita que seus adversários continuarão com o que chama de "campanha suja" contra ele.

Entre terça e quarta-feira, os outros candidatos dirigiram à população mensagens pelo rádio e pela televisão com o objetivo de conseguir votos.

O candidato à Presidência do Movimento Renovador Sandinista (MRS), Edmundo Jarquín - em quarto lugar nas pesquisas -, disse que caso ganhe apoiará os milhares de pequenos e médios empresários do país.

Por sua vez, o candidato pela Aliança Liberal Nicaragüense (ALN), Eduardo Montealegre - em segundo lugar nas pesquisas -, pediu aos nicaragüenses que votem nele para que o país "avance rumo a uma vida melhor", focando suas prioridades na criação de empregos e no combate à pobreza - este, o principal problema do país.

O candidato pelo Partido Liberal Constitucionalista (PLC), José Rizo Castellón - em terceiro lugar nas pesquisas -, mostrou-se igualmente confiante em que os nicaragüenses o levarão à Presidência do país.

Além disso, Castellón pediu a seus seguidores que não permitam que haja um segundo turno e que compareçam maciçamente no próximo domingo para a votação. Seu objetivo é fazer um Governo baseado no "liberalismo social".

O candidato a presidente da Alternativa para a Mudança (AC, em espanhol), Éden Pastora - também conhecido como "Comandante Zero" e em último lugar nas pesquisas -, encerrou sua campanha na quarta-feira em um pequeno avião com alto-falantes que sobrevoou o norte e o oeste do país para pedir votos.

Segundo observadores e analistas políticos, a campanha eleitoral de 75 dias transcorreu sem nenhum incidente relevante. Nesse período, os partidos e as alianças desenvolveram 3 mil atividades de campanha.

O diretor do Instituto para o Desenvolvimento e a Democracia (Ipade), Mauricio Zúñiga, disse hoje à imprensa que a campanha eleitoral na Nicarágua "foi exemplar".

"Não tivemos mortos, feridos ou confrontos de grupos partidários, embora tenhamos visto no domingo caravanas de veículos de três partidos que se cruzaram nas estradas, no fim das contas, sem incidentes. Por isso, parabenizamos a cidadania", disse Zúñiga.

Nas eleições do próximo domingo, 3.665.141 nicaragüenses comparecerão a mais de 11 mil seções eleitorais para escolher o presidente, o vice-presidente, 90 deputados nacionais e 20 representantes para o Parlamento Centro-Americano (Parlacen).

Enquanto isso, o Governo americano garantiu hoje que não tomou nenhuma posição a respeito das eleições na Nicarágua, nem tentou influenciar o processo eleitoral.

"Não tentamos moldar a opinião nem tomar posições", disse hoje à imprensa o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack.

Em resposta a perguntas sobre as declarações de alguns dirigentes americanos que falavam sobre as "conseqüências negativas" que a eleição do sandinista Daniel Ortega poderia trazer, o porta-voz americano insistiu em sua imparcialidade.

"Não tomamos posições e não tentamos influenciar estas eleições.

Quem será o presidente da Nicarágua é decisão dos nicaragüenses", disse McCormack, que acrescentou que o importante é que as eleições sejam "livres, justas e transparentes".

O processo será acompanhado por cerca de 900 observadores estrangeiros da Organização dos Estados Americanos (OEA), pelo Centro Carter, pela União Européia e por um grupo de especialistas latino-americanos em observação eleitoral.

As eleições serão acompanhadas também por cerca de 16 mil observadores nacionais de organizações como Ética e Transparência e o Instituto para o Desenvolvimento e a Democracia (Ipade), além membros de universidades e da Igreja Católica.





Fonte: EFE

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