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Internacional
Quinta - 02 de Novembro de 2006 às 20:12

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Os tiros disparados para o ar por um jovem muçulmano nesta quinta-feira diante da residência do cônsul da Itália em Istanbul para protestar contra a visita do Papa à Turquia foram considerados pelo Vaticano "um episódio isolado" que não vai influenciar a preparação da viagem. "Isto não impedirá o prosseguimento sereno da preparação da visita", declarou o padre Federico Lombardi, diretor da sala de imprensa do Vaticano à agência Ansa.

"Não há preocupação para esta viagem do Santo Padre" que "irá a Ancara e Istanbul para reforçar o diálogo" entre as religiões, concluiu.

Um jovem de 26 anos foi detido nesta quinta-feira depois do episódio de protesto.

Ele atirou quatro vezes para o ar e jogou sua arma no jardim da residência do cônsul, no bairro de Beyoglu, depois de proferir insultos contra o Papa e pedir a anulação da visita do pontífice à Turquia, que deve acontecer entre os dias 28 de novembro e 1 de dezembro.

"Feliz é aquele que pode se dizer muçulmano!", clamou.

"Vou disparar uma bala na cabeça do homem que tratou o profeta Maomé de terrorista!", esbravejou o jovem quando estava sendo levado pelos policiais, registrou um fotógrafo da AFP.

Bento XVI ganhou na Turquia a fama de "Papa anti-turco" ao dizer - quando era então cardeal - que uma eventual adesão da Turquia à União Européia seria "um enorme erro" e "uma decisão contra a história".

Esta percepção se agravou quando ele vinculou o Islã à violência em um polêmico discurso.

Mais de 99% dos turcos são muçulmanos, apesar de a Turquia ser uma república laica.

O Vaticano disse também "estar informado" dos compromissos no exterior do primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, que não estará no país durante a próxima visita de Bento XVI.

Em comunicado oficial divulgado pela Santa Sé, o Vaticano reconheceu os esforços feitos até agora pelo dirigente turco para conseguir se reunir com o Papa Bento XVI.

Desta forma, o Vaticano responde aos artigos publicados pela imprensa italiana e internacional sobre as possíveis razões da ausência de Erdogan durante a visita.

"A Santa Sé foi informada, durante a preparação da viagem, da coincidência de data da visita do Pontífice com a importante realização da reunião de cúpula da OTAN na Letônia", diz o comunicado.

O Vaticano "foi informado, também, de que o chefe de governo turco gostaria se encontrar com o Papa, mas não podia dar certeza. Se não for possível estar presente, ele será substituído por outra importante autoridade do governo turco, ou seja, o vice-primeiro-ministro".

Segundo a imprensa italiana, Erdogan teria decidido se ausentar durante a visita do Papa depois da onda de críticas desatada em todo o mundo muçulmano por um controverso texto sobre o Islamismo lido em setembro por Bento XVI na Alemanha.





Fonte: AFP

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