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Quinta - 02 de Novembro de 2006 às 08:37

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A Brasil Telecom Participações deve dar um destino ao seu caixa de quase 3 bilhões de reais nos próximos meses. As possibilidades são aquisições, entrega de dividendos aos acionistas ou um programa de recompra de ações, disse nesta quarta-feira o vice-presidente financeiro da empresa, Charles Putz.

"Uma boa aquisição pela frente, sobretudo dentro de nossa região, ou uma aquisição complementar aos nossos negócios, é uma possibilidade. As outras possibilidades são dividendos ou recompra de ações, no médio a longo prazo poderemos dar uma dessas definições", disse Putz a jornalistas durante comentários sobre os resultados do terceiro trimestre.

O executivo listou ainda uma quarta opção, que seria redução de dívida, mas a possibilidade é mais remota, uma vez que o endividamento no trimestre encerrado em setembro somava 1,5 bilhão de reais —nível considerado confortável por Putz.

A Brasil Telecom ao fim do terceiro trimestre acumulou caixa de 3,285 bilhões de reais. No período, houve alta de 22 por cento no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), para 908 milhões de reais, em relação ao mesmo período de 2005. No intervalo, a margem cresceu de 28,9 para 34,5 por cento.

A boa performance trimestral garantiu aos papéis do grupo Brasil Telecom as três maiores valorizações do Ibovespa, referência da bolsa paulista, que terminou o dia com alta de 1,7 por cento.

A maior alta foi das preferenciais da operadora, que subiram 7,51 por cento, para 9,30 reais. As preferenciais do grupo saltaram 6,74 por cento, para 15,21 reais.

Dentre aquisições possíveis, o executivo listou ativos que seriam interessantes à companhia, como uma operação de TV paga, o que iria de encontro a estratégias adotadas pelas concorrentes Telefônica e Telemar, que recentemente anunciaram acordos de aquisição das operadoras de TV por assinatura TVA e WAY TV, respectivamente.

A operadora lançou no trimestre passado um serviço de vídeo sob demanda em caráter experimental.

EFEITO DAS MUDANÇAS PELA ANATEL

Putz comentou que, se não fossem os efeitos de uma mudança no sistema de cobrança de chamadas celulares pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a margem do Ebitda teria crescido para 36,3 por cento no trimestre passado e ficaria acima de 34 por cento para o ano, dentro das expectativas da empresa.

O executivo afirmou que o efeito da mudança do modelo pela Anatel —que faz com que a empresa transfira uma parte maior das receitas com chamada celular para outras operadoras por conta de um aumento nos custos de interconexão, um sistema chamado de "Full Bill"— será sentido em sua totalidade nos últimos três meses do ano.

O efeito do "Full Bill" no trimestre foi um aumento de custo de 93 milhões de reais, enquanto a receita subiu 75 milhões de reais, disse Putz, acrescentando que a operadora trabalha em estratégias para ampliar a quantidade de minutos em chamadas recebidas por seus clientes de telefonia celular.

Entre as medidas adotadas pela Brasil Telecom está o fim da venda de planos de minutagem mais barata para grandes clientes, o que evita que a empresa tenha custos maiores com o novo sistema.

"Se não fosse o Full Bill, a operação celular já estaria quase no break even (equilíbrio) em termos de Ebitda. Mesmo assim mantemos a expectativa de ter Ebitda positivo para ela no primeiro trimestre de 2007."





Fonte: Reuters

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