Fiscal do Ibama recebe voz de prisão e tenta se matar

O fiscal do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Ivilson Pedro Muller, 56, tentou se matar na quarta-feira com um tiro no peito ao receber voz de prisão por policiais federais. Ele é um dos 29 acusados de envolvimento na venda de licenças ambientais e de pesca ilegal no Estado do Rio.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, os policiais contaram que Muller apareceu na janela. Ao saber que seria preso novamente, ele fechou a janela e disse que desceria. Logo depois, ouviu-se um tiro. Os agentes arrombaram a porta e encontraram o fiscal sobre uma cama, com o peito ensangüentado e um revólver ao lado.

Muller está no Hospital Estadual Pedro 2º. Segundo os médicos, o tiro não atingiu o coração e Muller não corre risco. Devido ao estado do paciente, a ordem de prisão foi revogada pela 5ª Vara Federal de São João de Meriti (na Baixada Fluminense).

Acusados escapam Dos 29 acusados, dois são consultores de empresas, um é comerciante de pescados e 26 são funcionários do Ibama. Quatro funcionários do órgão conseguiram escapar. Para o superintendente da PF no Estado, Delci Teixeira, "é bem possível" que eles tenham sido avisados de que seriam presos.

A ação da PF foi uma continuidade da Operação Euterpe (um tipo de palmito), realizada em 30 de agosto. Os presos, na época, acabaram liberados porque não havia denúncias do Ministério Público Federal.

No último dia 9, os procuradores Ana Paula Ribeiro Rodrigues e Renato de Freitas Souza Machado ofereceram as denúncias e pediram a prisão dos acusados, porque, depois de libertados, eles teriam passado a intimidar testemunhas. A Justiça Federal acolheu o pedido.