TAM acelera devolução de Fokker 100 e entra na era Boeing
De acordo com o presidente da companhia, Marco Antonio Bologna, em meados de 2008, a TAM não terá mais Fokker e, em 2007, os vôos internacionais já contarão com os MD-11 da Boeing, arrendados enquanto não chega a encomenda de quatro 777 da fabricante. A TAM acertou ainda mais quatro opções de compra do mesmo modelo.
"A mudança faz parte da nossa estratégia de manter uma frota moderna e atualizada, buscando crescimento no mercado internacional, e a Boeing apresentou uma solução completa", disse Bologna em teleconferência com analistas e jornalistas.
Historicamente cliente da Airbus, a TAM revigora a entrada da Boeing na América do Sul depois da redução das operações da Varig. Dá um passo também em direção à principal concorrente atual, a Gol, cliente da Boeing desde a sua criação, em 2001, e primeira companhia aérea de baixos custos do Brasil.
Segundo Bologna, a opção por aviões Boeing levou mesmo em conta "o menor custo por assento, a maior longevidade tecnológica e um mix de aviões maiores, que permitirá aumento de capacidade internacional".
Além do preço mais baixo, a Boeing Capital disponibilizou o aluguel de três MD-11, que serão entregues em seis meses e vão operar vôos internacionais da TAM enquanto os 777 não chegam.
"Fizemos nossa análise no mercado do equivalente da Airbus ao 777 e representou um menor Cask (divisão dos custos operacionais pelos assentos disponíveis por quilômetro), além de menos custos de leasing, de seguros, de tripulação. Tudo isso nos fez tomar a decisão pelo 777", afirmou o vice-presidente de Finanças e Gestão da TAM, Líbano Barroso, também participante da teleconferência.
O aumento da frota —hoje de 93 aviões e que deve chegar ao final do ano com 96— pretende adequar a empresa à expansão da demanda no país, que até setembro era 14,6 por cento maior do que nos nove primeiros meses de 2005. Para 2007, a TAM projeta aumento de 12 por cento no número de passageiros transportados.
NOVAS ROTAS
A boa performance fez a TAM mais que dobrar o lucro no terceiro trimestre, para 212,7 milhões de reais, chegando bem perto da concorrente Gol, que lucrou 232,2 milhões de reais no mesmo período com menor número de aeronaves.
Bologna afirmou que a TAM continuará crescendo dentro e fora do país. No último dia 26, ganhou mais uma rota para Paris, a terceira freqüência a capital francesa, que será iniciada em janeiro, a partir do Rio de Janeiro.
Ele informou que a companhia também tem interesse em aumentar o número de vôos para Miami, Nova York e Londres, para onde já voa, e pretende atingir em breve Frunkfurt e Milão. Na América do Sul, os planos são de ampliar a operação para o Chile e incluir Caracas na rota.
"O aumento dos vôos internacionais eleva nossa receita em moeda forte e melhora a estrutura dos fluxos da companhia, além disso alimenta o tráfego doméstico", disse o vice-presidente de Finanças, que estima em dois pontos percentuais a alta no fluxo de passageiros no segmento doméstico trazido pelos vôos internacionais da empresa.
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