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Internacional
Quarta - 01 de Novembro de 2006 às 16:43

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A empresa de exploração de diamantes De Beers fez um apelo na quarta-feira pelo fim do comércio dos chamados "diamantes sangrentos", questão que deve receber a atenção do mundo todo com o lançamento de um filme sobre o assunto, com Leonardo DiCaprio.

A indústria está receosa com o impacto do filme "Blood Diamond", especialmente depois das críticas à eficácia do Processo de Kimberley, uma iniciativa de países produtores de diamantes para certificar as pedras e pôr fim ao comércio ilegal de diamantes.

O comércio ilegal de diamantes é responsabilizado por alimentar a instabilidade provocada por grupos rebeldes em muitos países africanos. O Brasil é um dos países em que foram registradas fraudes no processo de certificação.

"O Processo de Kimberley não é um mecanismo perfeito e é necessário redobrar os esforços para lidar com suas falhas e reforçar suas disposições", disse o presidente da De Beers, Nicky Oppenheimer, em nota da empresa.

"As ONGs, que alertaram o mundo para os diamantes sangrentos, estão certas em pedir uma atitude urgente neste plenário", admitiu.

Representantes de 46 governos e da União Européia vão se reunir em Botsuana na semana que vem para a reunião anual sobre o Processo de Kimberley.

A De Beers responde por cerca de metade do suprimento mundial de diamantes.

RESPOSTA DÉBIL

Um relatório recente da Parceria África Canadá (PAC), que faz o papel de observadora no Processo de Kimberley, disse que o sistema reduziu drasticamente o comércio ilícito de diamantes, mas que deficiências graves não foram solucionadas.

As investigações de ONGs e da ONU revelaram fraudes maciças na certificação de diamantes no Brasil e na Guiana, e mostraram a lavagem de diamantes sangrentos vindos da Costa do Marfim, disse a PAC.

"Em cada um desses casos, o Processo Kimberley agiu como um observador desinteressado, com uma resposta débil, tardia ou inexistente", criticou o relatório da PAC.

Em meados dos anos 1990, os diamantes sangrentos representavam até 15 por cento do total de diamantes do mundo, mas o Processo de Kimberley cortou essa participação para menos de 1 por cento, afirmou a entidade.

"Os diamantes sangrentos não representam uma grande proporção do comércio atual de diamantes, mas existem, e, sem controles eficazes, podem ressurgir em vários lugares", disse a PAC. Segundo o programa de certificação do Processo de Kimberley, que entrou em vigor em 2003, os governos participantes concordaram em emitir um certificado que acompanhe todas as exportações de diamantes brutos. O filme "Blood Diamond" deve ser lançado nos Estados Unidos em meados de dezembro.





Fonte: Reuters

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