Washington preocupado com possível golpe contra Siniora

A Casa Branca afirmou nesta quarta-feira dispor de provas cada vez mais numerosas segundo as quais Síria, Irã, Hezbollah e seus aliados libaneses "preparam planos" para derrubar o governo libanês democraticamente eleito do primeiro-ministro Fouad Siniora, indicou o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, num comunicado. "Existem indícios de que um dos objetivos do plano sírio é impedir o governo libanês atual de aprovar o estatuto de um tribunal international que julgaria os acusados de envolvimento no assassinato do ex-primeiro-ministro (Rafic) Hariri", disse Snow.

"Qualquer tentativa de desestabilização do governo libanês democraticamente eleito, através de manifestações planejadas e de recurso à violência, ou por ameaças físicas contra seus dirigentes, representaria uma violação clara da soberania do Líbano e das resoluções 1559, 1680 e 1701", explicou Snow.

Ele sublinhou que o apoio a um "Líbano soberano, democrático e próspero é um dado crucial da política americana no Oriente Médio".

Qualquer esforço para impedir o estabelecimento do tribunal "está fadado ao fracasso porque a comunidade internacional pode estabelecê-lo não importa o que ocorra no interior do Líbano", disse.

As resoluções 1559 e 1680, adotadas em setembro de 2004 e em maio de 2006, visavam a afirmar a soberania do Líbano sobre seu território e sua independência política. A primeira solicitava que as forças estrangeiras, numa referência evidente à Síria, se retirassem do país e cessassem sua ingerência nos assuntos libaneses.

A resolução 1701, de agosto de 2006, visava a encerrar o conflito israelense-libanês. Ela também afirmava a soberania do Líbano sobre seu território.