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Internacional
Quarta - 01 de Novembro de 2006 às 15:11

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, condenou hoje diante do Parlamento os ataques com bombas ocorridos na última madrugada em Belfast, e atribuídos a dissidentes republicanos.

Em seu comparecimento semanal à Câmara dos Comuns, Blair afirmou que os responsáveis pelos ataques só querem dificultar a aplicação do "mapa de caminho" para levar à frente o processo de paz, apresentado no dia 13 de outubro, em Saint Andrews (Escócia).

O objetivo do chamado "acordo de Saint Andrews" é restaurar, no próximo dia 26 de março, a autonomia da província, que permanece suspensa desde outubro de 2002, por um falso caso de espionagem do IRA no Castelo de Stormont, sede da Assembléia norte-irlandesa.

"Os dissidentes republicanos estão tentando dificultar o acordo.

Tentam mudar o desejo expresso do povo da Irlanda do Norte de conviver em paz", indicou o primeiro-ministro.

"A melhor forma de responder a esses atos de violência é garantindo que o acordo de Saint Andrews se desenvolva plenamente, que as instituições autônomas funcionem e que o processo de paz avance na Irlanda do Norte", afirmou.

A Polícia norte-irlandesa (PSNI) informou hoje que um estabelecimento comercial situado em pleno centro de Belfast foi totalmente arrasado pelas chamas, enquanto outros dois sofreram danos semelhantes na última madrugada. Um homem de 39 anos foi detido, e está sendo interrogado.

Essas mesmas fontes indicaram que não houve feridos, mas apontaram que as perdas econômicas poderiam chegar a vários milhões de euros. A Polícia suspeita do IRA Autêntico, facção dissidente do Exército Republicano Irlandês (IRA).

Durante as últimas semanas, as forças de segurança culparam o IRA Autêntico pelos atos violentos ocorridos nas cidades norte-irlandesas de Coleraine e Newry, na fronteira do Ulster.

Os ataques ocorreram horas antes de os partidos norte-irlandeses se reunirem hoje em Londres com o ministro britânico de Economia, Gordon Brown, a quem devem pedir 7,5 bilhões de euros para revitalizar a economia do Ulster.

Para os políticos da Irlanda do Norte, o chamado "dividendo de paz" deve ser uma das peças fundamentais no plano de paz desenhado pelos Governos britânico e irlandês para restaurar, no próximo mês de março, a autonomia da região, suspensa desde outubro de 2002.

No entanto, as ações do IRA Autêntico são vistas com preocupação pela Polícia, que não descarta que esse grupo lance uma nova ofensiva terrorista com o objetivo de deter o processo de pacificação.

O IRA Autêntico se separou do IRA em 1998. Nesse mesmo ano, manifestou sua rejeição à estratégia de paz republicana, com o atentado de Omagh, no qual morreram 29 pessoas.





Fonte: EFE

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