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Internacional
Quarta - 01 de Novembro de 2006 às 09:34

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Os cortes de luz que os nicaragüenses suportam diariamente desde abril ameaçam perturbar o desenvolvimento normal da votação e a apuração dos votos na eleição presidencial de domingo, o que poderá colocar em dúvida a legitimidade do resultado.

"Não existem garantias de que não vão acontecer apagões no dia 5 de novembro", advertiu o presidente do Instituto Nicaragüense de Energia (INE), David Castillo.

No entanto, o presidente do Supremo Conselho Eleitoral, Roberto Rivas, garantiu que os votos serão contados mesmo "à luz de velas e lamparinas" e que o presidente estará eleito na madrugada de segunda-feira.

Não seria a primeira vez que isso iria acontecer. Em 1996, quando venceu Arnold Alemán (agora condenado por delitos de corrupção), a eleição transcorreu à luz de velas.

Todo mundo tem baterias em casa para sobreviver aos blecautes. Mas o governo alcançou um acordo com a Guatemala e o Panamá - principais fornecedores da região - para que levantem as restrições horárias que normalmente eram impostas à exportação durante o período eleitoral.

Sem dúvida, a falta de energia será um dos desafios que vai enfrentar o governo saído das urnas no domingo.

Os nicaragüenses jogam toda sua ira contra a empresa espanhola Unión Fenosa, encarregada da distribuição de luz, exigindo, inclusive, que saia do país.

A crise energética na Nicarágua é um problema fundamentalmente de geração, que depende de 80% do petróleo, fazendo que o custo do serviço suba no mesmo ritmo que o "ouro negro".

A isso se soma a falta de investimento em usinas que datam da época da ditadura de Somoza, nos anos 60 e 70. No momento se planeja a utilização de geradores para cobrir os 450-480 megawatts consumidos pelo país enquanto não se encontra uma solução a longo prazo.





Fonte: AFP

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