Cardeal brasileiro assume no Vaticano prefeitura da Congregação para o Clero
Hummes, um franciscano de 72 anos, que manteve atitude comprometida com o povo brasileiro durante a ditadura militar, soube conservar esta sensibilidade social sem entrar em conflito com o Vaticano - uma habilidade que lhe valeu tanto elogios como críticas.
Segundo os especialistas do Vaticano, foi um opositor ferrenho à ditadura brasileira, apoiou a criação de sindicatos nessa época tendo sido muito apreciado pelos mais humildes.
Como prefeito da Congregação para o Clero, Monsenhor Hummes supervisionará a formação dos sacerdotes católicos e sua distribuição geográfica.
Também estará encarregado do pagamento de salários, da assistência sanitária e das aposentadorias dos sacerdotes. Um departamento de sua congregação também se ocupa da promoção do ensino católico.
Sempre fiel a seu compromisso social, no final de agosto, envolveu-se diretamente na luta contra a violência ao presidir, em São Paulo, manifestação em favor da paz, em resposta a sucessivos assassinatos instigados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), uma organização criminosa.
Em seu livro "Diálogo com a Cidade", Hummes reafirmou a opção em favor dos pobres e sua ortodoxia em matéria de doutrina eclesiástica.
Como franciscano, preconiza que "a Igreja necessita estar entre os pobres para que se sintam amados". É também partidário de "um diálogo com as religiões cristãs e o Islã, com a ciência e com a biotecnologia".
Nascido em 9 de agosto de 1934 de uma família de origem alemã, Hummes foi ordenado sacerdote em 1958 tendo sido nomeado arcebispo de São Paulo em 1998. Foi designado cardeal em 2001.
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